quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Por que os brasileiros gostam tanto de bunda de mulher?



Essa parece ser uma questão meio óbvia, mas o óbvio precisa ser dito: por que as bundas provocam tanto fascínio (para não dizer tesão) em nós, brasileiros?

Sabemos, por exemplo, que os americanos não se ligam tanto nas rechonchudas, arredondadas e proeminentes partes do corpo feminino.

Eles preferem os peitos. Grandes, de preferência. Uma das explicações é que a mulher americana não tem bunda. São planas, “flats”, na retaguarda. Assim, na ausência, prefere-se o que existe e está disponível.

Pode fazer sentido.


Já aqui no Brasil somos abundantes em bundas, sem intenção de trocadilhos.

Essa característica pode ser atribuída à miscigenação inigualável que tivemos com os africanos, normalmente bem dotados dessa qualidade única (e tão aproveitável). Azar dos americanos.

A bunda é atraente porque é graciosa, feminina e dá uma “quebra”, um suave desequilíbrio sensual à mulher.

Daí é que surge o rebolado, aquele movimento natural, despreocupado e altamente eletrizante que tanto nos enlouquece.

E como não enlouquecer?


Mas não só isso: bundas oferecem um contato físico insuperável por qualquer parte do corpo.

Sentir aquela massa uniforme, rígida e generosa em contato com o seu corpo é uma dádiva da natureza do sexo.

É uma questão de consistência e forma.

Por outro lado, nada é mais broxante do que uma bunda murcha.

Muitos homens se apaixonam por mulheres com doces e graciosas bundas e, ás vezes, só por isso.

Proliferam-se as Raimundas, feias de rosto e boas de bunda, satisfeitas por serem tão procuradas apesar de suas poucas qualidades a não ser essa.


E como evitar aquela conferida básica, fundamental, na franga que veio e agora vai, exibindo seus atributos posteriores.

Quem não confere a bunda da gostosa, levanta a mão.

Bundas são poemas sem palavras, arte sem cores e telas, música sem sons.

E, além de tudo tem esse nome, de poderosa sonoridade, evocando sonhos e ideias de noites profundas de prazer.

Bunda é a melhor coisa do mundo.


Afinal, quem é que não gosta de comer uma bunda fornida?

Vai me dizer que tem um tipo de homem, lá do Manchúria ou das ilhas da Polinésia, que não gosta tanto assim?

A bunda é a suprema manifestação da sexualidade.

Na sua forma perfeitamente arredondada e na sua projeção sútil e arrebitada estão guardados os melhores sonhos masculinos.

O prazer de possuir aquele pedaço de carne, em toda a sua plenitude, é o ponto mais alto do desejo masculino.

Não apenas de possuir.

De ver, admirar, observar e tocar.


Por que tanto assim?, me indaga a garota, ela mesma com caprichosos e suculentos glúteos. Ora, por que?...

A pergunta não é boa e a resposta não pode ser melhor. Porque sim.

Mas, por mais tivesse explicações inteligentes, a garota não mudaria o seu comportamento.

Sim, ela sabe que os homens enlouquecem com bundas em geral e, particularmente, a dela, já que a tem bela e bem dotada.

Por isso, todos os dias, sem exceção, a garota se veste pensando em valorizar seus mais valioso pertence.

A calça jeans dá formato arrebitado e consistente. Boa para situações diurnas, incluindo o trabalho.

A saia curta revela formas e inspira a imaginação. Boa para as baladas.

O shortinho promete surpresas e gestos ousados. Bom para os passeios no parque e na praça.


E assim a garota vai tecendo sua própria política do bumbum, como safadamente denomina e me revela.

Não, ela não está se oferecendo. Ela não precisa expor suas qualidades para ganhar adeptos.

Mas ela quer, sim, enlouquecer os homens, atiçar a imaginação dos incautos que observam aquele pedaço de pecado requebrar quando passa.

“Ela mexe com as cadeiras pra cá, ela mexe com as cadeiras pra lá. Ela mexe com o juízo do homem que vai trabalhar”, cantou Dorival Caymmi, explicando, com maestria essa questão.

Eu canto o trecho da música e a garota encerra o assunto, como se já tivesse revelado mais segredos do que deveria.

E se afasta, mantendo longamente, em meu campo de visão, aquele pequeno, harmonioso e delicioso pedaço de puro tesão.

Como não gostar de um diabo desse?!

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