Ivan Lessa (*)
Quem deflagrou a moda foi o ultrapremiado e até mesmo oscarizado galã espanhol Javier Bardem. Na edição de setembro da revista americana Esquire, Bardem declarou (admitir, jactar-se ou confessar é um pouco forte) que tem o pênis pequeno.
Não sabemos em que língua se deu a entrevista nem mesmo se sua excelentíssima esposa, Penélope Cruz (louvada seja), estava presente.
Desconhecemos ainda a reação da dama em questão ao dar com o número da revista e se houve ou não “barulho no chatô”.
Penélope não estava disponível para comentários quando a procuraram pedindo confirmação e maiores detalhes.
Bardem, como muitos que trabalharam com ele sabem, é um tremendo gozador.
Com 41 anos de idade e no pico (arrã) de sua carreira, difícil dizer se estava troçando com o repórter da tradicional publicação.
Espanhol é fogo. Deram para ganhar em tudo. Tênis, futebol, golfe, o diabo.
Agora, no meio da onda ibérica, vem o laureado histrião e se entrega aos bandidos.
Mas terá se entregado mesmo? Será que Javier, com seus 41 anos (e não ficaram claros outros dados pessoais seus, como a extensão e a circunferência do monjolo em questão, por exemplo), não está aproveitando seu momento de fama para lançar uma nova moda só para confundir ainda mais as coisas neste mundo complicado em que vivemos?
Até outro dia, pelo que sei, o quente, o duca era membro viril avantajado.
Meu inbox do computador todo dia me enche com métodos garantidos para acrescentar por uns poucos cobres alguns preciosos centímetros (segundo eles lá) ao meu cheio-de-varizes.
Nunca fui nessa. O que me coube neste mundo sempre deu para o gasto, e não tenho, que saiba, reclamações.
Uma série de indagações sobre a reportagem me veio à mente desconfiada. Não será aquela velha lei da represália, a de que mais cedo ou mais tarde o oposto se opõe ao posto?
No caso, não seria uma reação ao carnaval ou palhaçada ou deboche que o chamado sexo frágil vem fazendo com suas partes íntimas?
Essas depilações, muitas em formato de coração ou com o perfil de um líder político?
Essas tatuagens em torno, do lado e só “O Sombra” sabe onde mais?
Piercing. Piercing, co’os diabos! Isso é, ao menos para mim e para os de minha geração, autoflagelação.
Mais: é agressão física e visual aos possíveis companheiros dos folguedos amorosos no leito de Vênus e até mesmo, quem sabe?, aos passantes.
Googlei aqui e googlei lá e não dei com fotos de Javier Bardem pelado. Nada sei sobre seu tarugo e suas dimensões.
Mistério para mim continuarão a ser (felizmente que a curiosidade mata os gatos, como se diz em inglês) os detalhes do (e segurem aí – no sentido figurado – alguns dos sinônimos daquilo que faz de um homem um homem) falo, pene, alavanca-de-arquimedes, armanho, bacamarte, bate-estaca, bilunga, brachola, cajado, cambão, chechoca, chupica, chouriço, chonga…
E paro pela letra C para não engrossar (sem hi-hi-his, por favor) ainda mais este maroto texto.
Meu dicionário especializado dá uma sinonímia de mais de 80 termos para a peroba, a pemba, a piçoca, o picolé…
E, pronto, já ia eu embarcando de novo nessa canoa feita a … Quase que eu digito “a um sem-número de paus”.
Meu pensamento, malsão que só ele, já prevê o que pode vir por aí se a moda de Bardem pega.
Londres, Paris, Rio, Roma, Madri, todas as grandes capitais que se prezam terão a sua Small Dick Week, assim mesmo, em inglês, como em Fashion Show.
Atores passarão do reforço ao esforço para ocultar, diante ou longe das câmeras, o que já foi chamado, nos meios entendidos, de “mala” e, em países de fala (eu disse “fala” e não “falo”) inglesa, “package”.
De qualquer forma, catei em minha pesquisa algumas celebridades para que o leitor esclarecido pare um pouco para pensar se topa ou não o convite informático e no que vai pedir a Papai Noel neste ano.
Segue uma lista com “jebinhas” e “jebões” de gente conhecida. Não há detalhes centimetrais.
Há que pôr, por mais ou menos doloroso que seja, a imaginação para trabalhar. Peguem aí com carinho e com afeto.
Jebinhas: Hitler, Napoleão, Ben Affleck, Shia LaBoeouf (esse estava na cara e no nome), Jude Law, Daniel Craig (007 cm para quem achar graça), Eminem, Arnold Schwarzenegger, presidente John Fitzgerald Kennedy, Brad Pitt, Antonio Banderas (o que é que há com os espanhóis, afinal? Enrique e o papai Julio Iglesias também estão lá, para não falar no Pedro Almodóvar), Colin Farrell.
Jebões: Rasputin, Porfírio Rubirosa, Frank Sinatra (Ava Gardner para um produtor: “Ele pode pesar 80 quilos, mas 20 é pemba pura”. Está documentado), Liam Neeson, Willem Dafoe, Milton Berle, Wilt Chamberlain, presidente Lyndon Johnson, Errol Flynn, James Woods, Kevin Bacon, Colin Farrell (que, aliás, está na outra lista também. Tem gente confusa ou confundindo paca por aí), o ex-âncora da rede americana CBS Dan Rather.
Os nomes brasileiros, abstive-me de incluí-los.
Tudo aí é uma lenha, dá bolo, é chute ou acaba em tiro ou processo.
Quem quiser agora que vá mundo afora de fita métrica e pouca-vergonha na cara. Ou, mais simplesmente, que faça um uso profundamente (eu que o diga) constrangedor de um computador.
Mãos à obra, gente!
(*) texto publicado na revista Playboy de outubro de 2010
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