VAMPIRO – Tem vampiros bons e maus. Bom vampiro, por exemplo, era o interpretado por Christopher Lee, em The Horror of Dracula, dirigido por Terence Fisher, em 1958. Era um bom vampiro porque na hora em que atacava suas vítimas na tela, a gente podia aproveitar para meter as mãos nas coxas da namoradinha, na plateia.
A maioria dos vampiros, porém, são maus e óbvios. Isso não quer dizer que não existam aqueles que conseguem manter suas verdadeiras identidades em segredo. O Brasil, por exemplo, vem sendo governado por vampiros desde 1964. Milhões de brasileiros morrem de vampirismo todos os anos sem desconfiar disso.
A palavra “vampiro” vem do sérvio (língua ainda falada na Iugoslávia) e quer dizer “demônio bebedor de sangue”. Eles começaram a aparecer na Idade Média na Grécia, Itália, Inglaterra, Rússia, Bulgária, Hungria, Tchecoslováquia e Rumânia.
Embora ultimamente tenham se dedicado ao cinema, volta e meia aparece alguém numa delegacia qualquer para dizer que foi vítima de um vampiro.
Os vampiros, como todo mundo sabe, são mortos-vivos. Durante o dia dormem em seus caixões e à noite saem para sugar sangue, de preferência dos pescoços de jovens senhoritas.
Eu disse de preferência porque, na falta de mulher, atacam o que pintar, velhas e até rapazes. Estes são os favoritos dos vampiros-viados, ou vamviados.
Eles têm que fazer sua refeição sangrenta bem rapidinho, pois se estiverem fora do caixão durante o dia, se transformam em pó.
É claro que as pessoas mordidas por um vampiro viram vampiros também.
Aparentemente, os vampiros são assim como o Super-Homem e os demais super-heróis: não fodem nem saem de cima.
Ninguém sabe o que, realmente, fazem com as mulheres que mordem.
Deve ser algum troço metacoital, pois, uma vez mordida por um vampiro, a mulher fica na dele para sempre.
Outro negócio que sempre me deixou grilado: como é que os vampiros passam despercebidos?
É só olhar para aqueles olhos profundos, aquelas olheiras enormes, a cara magra e pálida, a capa preta, para ver na hora que se trata de um vampiro.
Método infalível para acabar com um vampiro é enfiar uma estaca de madeira no coração do bicho quando ele está dormindo com a boca cheia de sangue em seu caixão. Para não haver dúvidas de que o sacripanta morreu mesmo, melhor botar fogo no corpo.
Alho também é muito bom para afugentar os sacanas. Muitos, porém, não se assustam com pouco alho. Neste caso o melhor a fazer é pintar a casa inteira com extrato de alho e tomar banho de extrato de alho: você nunca mais comerá mulher alguma, mas, em compensação, também não será aporrinhado pelos bebedores de sangue.
Dizem, mas não provam, que uma cruz também os bota pra correr.
Até o meio do século passado os bons cristãos costumavam cravar uma estaca de madeira no coração dos suicidas, pois estes seriam vampiros. Na Inglaterra teve que passar uma lei para acabar com a prática deste esporte.
Também são considerados vampiros o sétimo filho de um sétimo filho, os filhos da puta, os excomungados pela Igreja, os dentuços e, naturalmente, os que foram mordidos por um vampiro.
Mas o que é um vampiro? Como ele nasce? Negócio seguinte: nós, além do corpo, possuímos uma alma. Eventualmente, na hora da nossa morte, esta alma não encontra a saída. Fica presa e dá um jeito de fazer o corpo continuar vivendo através de rações de sangue.
Às vezes, quando encurralados, os vampiros se transformam em morcegões, estes que têm mais de um metro de asa a asa, e saem voando. Tudo estaria muito bem se os primeiros vampiros não houvessem sido detectados na Europa Central e os morcegões não existissem apenas no México, onde preferem beber sangue de boi. E agora?
Sugiro a leitura do romance que Bram Stocker escreveu em 1897, chamado Drácula que, aliás, vem a ser o mais famoso vampiro de todos os tempos. Trata-se de uma peça literária só comparável, no gênero, ao Frankenstein, de Mary Shelley.
Stocker nos faz sentir pena do conde Drácula, condenado à imortalidade. Eis o que diz o seu personagem: “Morrer, morrer realmente... deve ser uma coisa gloriosa. Há coisas bem piores que a morte esperando pelos homens”.
Em verdade, o conde Drácula foi um príncipe chamado Vlad Tepes que viveu na Transilvânia (hoje faz parte da Rumânia, embora já tenha pertencido à Hungria) na Idade Média. O Drácula do irlandês Bram Stocker não passava de uma fadinha se comparado ao nosso Vlad.
Ele era conhecido como Vlad, o Empalador. Em luta permanente com os turcos, sempre que fazia prisioneiros lhes enfiava um pedaço de madeira no rabo e o fazia sair pela boca.
Mas não fazia isso apenas com os inimigos. Os amigos que não se comportassem bem recebiam o mesmo tratamento.
Certa vez, uma comissão de turcos foi negociar a paz com ele. Ele, muito gentilmente, pediu que tirassem os turbantes. Os turcos eram almas sensíveis e se recusaram a obedecê-lo. Não contavam com a sensibilidade do Vlad, que ainda era maior.
Chocadíssirno com a falta de educação, mandou seus homens pregarem os turbantes nas cabeças dos turcos: Vlad, Empalador ou Vlad, o Sensível, recebeu o apelido de Drácula, que em rumeno quer dizer “diabo”.
É claro que ninguém jamais ousou chamar ele pelo apelido. Quem tem cu tem medo.
Tem um corcundinha que é empalhador de cadeiras e trabalha na calçada, ali no bairro de Fátima, no Rio de Janeiro. Não perguntem a ele onde está o conde Drácula, que ele fica putíssimo. Todo mundo sabe que ele é o assistente do Dr. Victor Frankenstein.
Desde que a Rumânia e, consequentemente, a Transilvânia, se tornaram comunistas, nunca mais se ouviu falar em vampiros por lá, o que não impede os comunas de faturar os tubos vendendo ingressos para turistas visitarem o castelo onde Vlad empalava as pessoas insensíveis e mal-educadas.
Tem uma guia turística no castelo restauradinho. Se chama Veronika e, por alguns dólares a mais, te encontra depois do expediente e...
VAN DER VELDE, Theodor Hendrik (1873-1937) – Já não disse a vocês que ninguém é ginecologista de graça? Vejam o caso do Van der Velde. Era casado com uma mulher feíssima quando resolveu se dedicar à especialidade.
Um dia pinta uma senhora no seu consultório. Ele manda que ela tire as calças e fique naquela posição. Dá uma boa olhada na xota e gosta do que vê. Ergue a cabeça, olha para a cara da dona da xota e gosta ainda mais.
Para vocês verem como é mentiroso o conhecido ditado: “Quem vê xota não vê carão”.
O que faz? Diz: “A senhora não tem nada demais, volte pro seu marido?” Nunquinha. Come ela no ato e, não satisfeito, foge com ela (que era uma socialite chamada Martha Bretenstein-Hooglandt) para uma cidadezinha no interior da Holanda, pois que tudo se passou por lá.
Ora, naquele tempo, essas coisas não se faziam, principalmente na alta e respeitável burguesia. Resultado: ele perdeu a sua clínica, o que foi ruim, e a mulher, o que foi bom. Ela perdeu a grana do marido e ganhou o desprezo da família.
Os dois viajaram por toda a Europa e fuderam pacas até o dinheiro acabar. Quando o dinheiro acabou, ela passou a chamá-lo de “Van der Velde de Merda” e ele a berrar: "Você não passa de uma Bretenstein Hooglandt de Bosta”.
Como, porém, esta é uma história feliz, em 1913, a mulher de Van der Velde lhe concedeu o divórcio e ele escreveu um livro chamado O Casamento Feliz, que vendeu milhões de cópias.
Depois se mudaram para a Suíça, onde viveram felizes para sempre. O sempre ocorreu em 1937, quando ele morreu. Desconfio que o Velde era um tremendo voyeur.
Para escrever o seu livro, em verdade um manual de conselhos para recém-casados, observou suas clientes se masturbarem e com um vidro de aumento ia anotando as transformações que ocorriam na decoração interna delas.
O livro de Van der Velde foi colocado no Index Proibitorium do Vaticano porque sugeria o cunnilingus antes da penetração, embora aconselhasse às mulheres que só praticassem o felacio depois de alguns meses de casadas.
Van der Velde também disse algumas bobagens que eram consideradas axiomas até alguns anos atrás:
1) existem dois tipos de orgasmo, o clitorídio (clitoral, clitorâneo, clitorense) e o vaginal;
2) eventualmente, se o homem não tomar cuidado, o pau pode ficar preso na buceta;
3) a vagina pode se romper se o homem investir com muita fúria, ou ir com muita sede ao pote.
VASECTOMIA – Uma operação que bloqueia os canais espermáticos e, em consequência, torna o homem estéril. Em verdade se trata do meio mais efetivo de controle de natalidade, pois há casos de mulheres que cruzaram as trompas e ainda assim tiveram filhos.
No Brasil, o médico mais conhecido que realiza essas intervenções cirúrgicas é o Dr. Mauricio Nahoum, um andrologista.
Esterilizou o famoso cartunista Jaguar – Sérgio Jaguaribe –, que há anos sorri mais que a freirinha da anedota, pois a operação não afeta nem a vontade ou a capacidade de fuder.
Quem não quiser ter mais filhos converse com o Jaguar, que teve a coragem de ser um dos pioneiros do clube dos vasectomizados.