TOLSTOI,
Leon (1828-1910) – Um dos maiores escritores de ficção
de todos os tempos – Guerra e Paz, Ana Karenina, Sonata a Kreutzer,
etc. –, este russo aristocrata e moralista foi também um dos
maiores fudedores da sua época, embora fosse feio, desdentado,
fedorento, enfim, parecia um daqueles monstros que fazem figuração
nos quadros de Bosch. Se Tchaikovsky, seu contemporâneo, odiava ser
homossexual, Tolstoi odiava ser heterossexual.
Peraí,
não é isso que vocês estão pensando. Ele começou comendo uma
prostituta aos dezesseis anos e chorou muito depois da trepada.
Apesar disso, só parou de comer mulheres aos oitenta e dois anos de
idade, quando a iguaba passou a não dar mais sinais de vida.
Rico
e famoso, se casou aos trinta e quatro anos com Sonya Behrs, com quem
teve treze filhos. Considerava-se um canalha por ter um apetite
sexual insaciável e chegou a pensar em se suicidar em 1870, quando
se tornou cristão e “descobri que a fé em Deus pode dar um
sentido à existência do homem e unir as pessoas numa irmandade de
justiça e amor universal”.
Seu
credo pessoal era o Sermão da Montanha e vivia citando ele para seus
camponeses: “Parem de fuder, seus pecadores”.
Passou
a usar roupas de camponês, a fazer trabalhos braçais, e chegou a
pensar em abrir mão de suas propriedades, que eram muitas, e a
passar os direitos de suas obras para o domínio público.
Quando
Sonya, sua mulher, que era uma santa e chegou a copiar Guerra e
Paz treze vezes, soube das suas intenções, acusou-o de ser
homossexual aos oitenta e um anos de idade.
Isso
não era verdade. A verdade é que Tolstoi, que era considerado um
santo pelos seus inúmeros seguidores, nunca praticou o que advogava:
uma vida casta.
Além
de comer a mulher, comeu todas as parentas, as admiradoras, as
criadas e as camponesas que apareceram na sua frente e teve dezenas
de filhos ilegítimos.
Sentia
uma culpa terrível e costumava dizer: “Olho a companhia das
mulheres como um mal social necessário, mas procuro evitá-las o
mais possível”.
Não
procurava tanto, pois quando não estava escrevendo, estava fudendo o
que quer que usasse saias: fudia e sofria, fudia e chorava, fudia e
se penitenciava, fudia e se arrependia, mas não parava de fuder, o
sacana.
TOPLESS
– À la galega quer dizer “nada em cima”. Bottomless
quer dizer “nada em baixo”, mas vocês já viram que quem tirou
as calcinhas não vai fazer muito doce para tirar o sutiã. Desde os
tempos pré-históricos que, em havendo oportunidade e motivo, a
mulher mostra os peitos: Babilônia, Egito, Grécia, Roma, etc.
Só
os escondem quando sentem que as chamadas glândulas mamárias, de
tão vistas, perdem o interesse.
É,
aliás, o que as mocinhas de Ipanema, Leblon e adjacências já
deveriam estar pensando.
Às
vezes passo pela praia e vejo mulheres boérrimas com os peitos de
fora batendo papo com uma porrada de rapazes que parecem não estar
absolutamente interessados no topless.
Mulher
que vier conversar comigo de topless está me insultando: tiro
as calças na hora e então sim podemos conversar.
Aliás,
garotinhas ricas da Zona Sul adoram passear de topless na
frente dos porteiros. Os paraíbas, que não comem mulheres há anos
– só na luta dos cinco contra um –, endoidam!
Em
Veneza, na época de Giordano Bruno, um dos maiores humanistas de
todos os tempos que não dispensava uma mulherinha, o governo decidiu
que as prostitutas deviam andar com os peitos de fora para serem
diferenciadas das moças de família.
Em
verdade, achavam que com o mulherio meio pelado os rapazes de boa
família parariam de dar o rabo. Não pararam.
Quando
Nixon decidiu invadir o Camboja, esperou para fazê-lo no dia em que
dois babaconautas do Apolo (não sei se 11, 12 ou 13) se perderam no
espaço. Enquanto o mundo rezava para que eles encontrassem o caminho
de casa, as tropas americanas desembarcavam no Camboja sem que
ninguém desse importância.
No
Brasil, sempre que há uma crise caracu, onde o governo entra com a
crise e o povão com o cu, aparecem umas maluquinhas de topless
na praia, o que faz com que as senhoras marchadeiras se escandalizem
e os jornalões coniventes com o governo editorializem pedindo o fim
da falta de vergonha.
Hoje
em dia o topless no Brasil é lugar-comum. Logo, logo, porém,
pintará o bottomless e já estou imaginando as grã-finas em
frente ao Country, grandes lábios ao sol: – Você está divina,
amor! Quem foi o gênio que tingiu os teus pentelhos de
azul-turquesa?
TRÁFICO
de Escravas Brancas – Não sei se com a presença da
AIDS fantasiada de morte, que fez a sua aparição nada sutil no
baile da vida há alguns anos, a coisa recrudesceu. De qualquer
forma, o tráfico de mulheres existe desde tempos imemoriais.
Nos
últimos trezentos anos os patrocinadores deste esporte foram os
milhares de sheiks espalhados pela África do Norte e parte da Ásia.
Mandavam seus correios para a Europa, onde eram escolhidas as
“esposas”. Claro que se tratava de putaria, mas muito bem paga.
As
moças escolhidas assinavam um contrato, geralmente de seis meses,
para fazerem parte do harém do sheik. Se o potentado árabe gostasse
da moça, o contrato era renovado. Caso contrário, ela voltava para
casa cheia de dólares e se casava em Paris, Londres, Copenhague,
onde quer que morasse, enfim.
O
verdadeiro tráfico, a cafiolagem, exploração do lenocínio, porém,
nunca tem um final tão feliz.
De
um modo geral, os cafiolas se instalam num bom hotel em qualquer
lugar do mundo, sob as mais diversas capas. As mais comuns são:
empresários de dançarinas e cantoras ou agentes matrimoniais.
As
moças, de um modo geral, ingênuas e pobres, acreditam que há um
marido esperando por elas na Suíça, na Alemanha, na Inglaterra, ou
que será bailarina de algum grupo de danças sempre num país
remoto.
Ao
chegarem ao país remoto, sem falar a língua e sem dinheiro, se
tornam rapidamente dependentes de drogas e são postas na rua rodando
a bolsinha. Dificilmente conseguem escapar da difícil vida fácil.
Há,
entretanto, casos de sujeitos burgueses europeus de classe média que
realmente querem casar com moças bolivianas, colombianas, cariocas.
Gordinhos,
feios, carecas, encheram o saco com as exigências das mulheres
europeias economicamente independentes, politizadas e feministas.
Mandam
buscar, portanto, através de um agente, depois de troca de
correspondência e fotos, alguma moça pobre de um país
subdesenvolvido.
Casam
com ela que, em verdade, fica sendo uma espécie de escrava do filho
da puta, uma vez que não conhece a língua do país, não tem
dinheiro para comprar a passagem de volta. O cara a mantém
simplesmente como uma prostituta particular.
Conheci
um dinamarquês que, cansado de ser corneado por suas inúmeras
amantes, se casou com uma semiprostituta do Piauí e a levou para
Copenhague. Lá ela não aprendeu o dinamarquês e rapidamente
esqueceu o mau português.
Fala
com o marido uma língua mista que só eles entendem. Depende dele
para tudo, mas vive confortavelmente e come três vezes por dia.
Na
França, até 1975, mais de 30% dos estúdios de dança eram antros
de cafiolagem.
Em
dezembro de 1949, a assembleia das Nações Unidas adotou a Convenção
para a supressão do tráfico de pessoas e da exploração de
prostitutas, que penaliza qualquer um que lucre com paixões alheias.
Eis os dois artigos da lei:
1)
É passível de pena de prisão todo aquele que incentivar ou
organizar, com o propósito de prostituição, viagens de outras
pessoas, mesmo com o consentimento delas;
2)
E passível de pena de prisão todo aquele que explorar a
prostituição, mesmo com o consentimento da prostituta.
Vocês
acham que a lei pegou? Claro que não. Pegou só na Dinamarca, mas,
para tanto, o próprio Estado se tornou gigolô. As prostitutas são
classificadas como assistentes sociais, têm assistência médica
gratuita e obrigatória de quinze em quinze dias e pagam imposto de
renda.
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