VAGINA
– Tem gente que tem medo de palavras, o que é uma besteira, pois
os dicionários mais sofisticados, como o Webster, por exemplo, já
acabaram com a expressão “palavra chula”. Chulo é o
dicionarista que escreve chulo. As palavras não mordem e não matam.
Atrás de buceta, caralho, cu, merda, bosta, puta, viado, existem
fantasmas que habitam os que têm medo de pronunciá-las. Tabuzões
escondidos em cucas doentes que ajudam a criar muitos taradinhos.
As
palavras só se tornam feias quando usadas dentro de uma conotação
de insulto. Ainda assim tem muito canalha que não pode nem dizer
rosa, pois, na sua boca, soa mal.
Há,
é claro, palavras simpáticas e antipáticas, que mudam de indivíduo
para indivíduo.
Eu
acho a palavra hemoptise muito bonita, embora esteja associada a uma
doença e tenho ânsias de vómito quando alguém usa expressões
como “a nível de” ou “espaço cultural”, etc.
Tem
gente que implica com vagina. Nos Estados Unidos é pior: é vajáina.
Mas
vamos ao verbete: nunca pensei que um dia tivesse que explicar o que
é vagina pra ninguém. Mas como explicar vaginismo sem antes
explicar o que é vagina?
Trata-se
do órgão sexual feminino que recebe o pênis durante a relação
sexual e expele o bebê na hora do nascimento. É um tubo de 10 a 15
centímetros que se estica da frente para trás, da vulva até o
útero.
A
vagina é um negócio extremamente bem bolado, pois, além de
autolubrificar-se durante a excitação sexual que precede o coito, o
que facilita muito o nosso trabalho, também se auto-limpa através
de um ácido láctico que destrói possíveis e indesejáveis germes
invasores. Daí ser muito difícil alguém ser contagiado pelo vírus
da AIDS se se limitar a comer a mulher pela frente.
É
claro que se a mulher estiver contaminada, tiver uma ferida na vagina
e você tiver alguma erupçãozinha no pau que permita a entrada do
vírus na corrente sanguínea, então você pode estar fudendo,
companheiro, mas certamente acabará fudido.
Volto
à vagina: ela é capaz de incrível elasticidade, pois pode
agasalhar pênises (outra palavrinha antipática, como urina e
sovaco) de qualquer tamanho, bem como permite a passagem de
recém-nascidos com cabeções imensos.
Há
mulheres que, virgens, temem que sua vagina não será
suficientemente grande para relações sexuais sem dor. Bobagem,
minhas filhas.
Outras
têm medo que a vagina seja larga demais e que não sintam prazer
durante a trepada.
Para
dizer a verdade, este segundo caso não é bobagem, principalmente se
a mulher tiver tido mais de dois filhos e o seu parceiro habitual não
for bem servido. Mas há jeito pra tudo.
Se
este for o seu caso, minha senhora, faça alguns exercícios.
O
mais simples é você imaginar que está segurando um lápis com a
vagina durante vários segundos e depois relaxe. Repita este
exercício cem, duzentas vezes por dia, e depois escreva para mim
contando os resultados.
Vamos
ao vaginismo: trata-se de uma frescura feminista que praticamente já
não existe nos grandes centros, onde é mais fácil encontrar uma
nota de mil cruzados na rua do que uma virgem com mais de dezoito
anos.
Chama-se
vaginismo o ato da mulher contrair involuntariamente os músculos da
vagina, tornando assim a relação, quando não impossível,
dolorosa.
Pura
ignorância de mães puritanas e mal comidas que transferem este medo
para as filhas.
Se
sua mulher tiver medo de ter relações sexuais e você for tão
convincente quanto um quibe frio, faça o seguinte: leve-a a médico
que ele explicará para ela do que se trata.
Em
seguida, ele introduzirá tubos de vidro ou plástico na vagina,
aumentando gradativamente o tamanho.
Acabará
provando que ela poderá agasalhar órgão (não aqueles que Bach e
Berthoven tocavam) de qualquer tamanho senza paura e con molto
piacere.
Como
em muitos casos a mulher pode ter um orgasmo ali mesmo no consultório
do médico, é de bom alvitre a presença do marido.
É
que tem muito médico sacana que bota a mulher naquela posição de
parir, esfrega as mãos e diz: “Vamos ver agora o que é que a
baiana tem”.
Ninguém
decide ser ginecologista por acaso.
VALDELAMAR,
José (1505-1557) – Padrezinho dos mais sacanas.
Violentava todas as mulheres que podia e quando não encontrava
mulher partia para os garotinhos da paróquia. Beata que não fosse
muito velha, para conseguir absolvição, depois de confessar os
pecados tinha que dar pra ele. Se negasse, o patife dava um jeito de
todo mundo saber o que ela havia confessado. Finalmente, foi
denunciado, preso e julgado pelo tribunal de Toledo, que o condenou a
passar trinta dias no convento e a pagar dois ducados, uma micharia.
Naquela
época, padre só ia para a fogueira se fosse suficientemente louco
para dizer que a terra era redonda e girava em torno do sol. Hoje em
dia padre só vai preso ou é assassinado se falar a favor da reforma
agrária na América Latina.
É
interessante que a Igreja que fez do sexo um tabu, nos bastidores
sempre praticou as maiores perversões sexuais. Ainda recentemente,
em seu programa na TV Manchete, o costureiro Clodovil confessou que
sua primeira relação sexual havia sido com um padre.
VALENTINA
D’ANTONGUOLA, Rodolfo Alfonzo Rafaello Pierre Filibert Guglielmi
(1895-1926) – A Enciclopédia Britânica afirma que este
é o verdadeiro nome de Rodolfo Valentino. Veio de Castellaneta,
Itália, para os Estados Unidos em 1913 e antes de se tornar a
Marylin Monroe dos anos 20, foi jardineiro, lavador de pratos,
dançarino de vaudeville e gigolô.
Embora
fosse o protótipo do latin lover e desempenhasse na tela
papéis de supermacho, foi manipulado por empresários e agentes
durante toda a sua carreira.
Pintou
em Hollywood ern 1918 e fez pequenos papéis em filmes sem
importância até que foi indicado para interpretar Júlio, em Os
Quatro Cavaleiros do Apocalipse, em 1921.
Mitologia
e realidade se confundiram em apenas cinco filmes e nunca antes ou
depois alguém suscitou tanto fanatismo por parte do público.
Quando
morreu num hospital de New York aos trinta e um anos, os jornais
especularam: a) teria sido envenenado por conhecida dama da
sociedade, cujas atenções ele rejeitara; b) teria sido abatido a
tiros por um marido enciumado; c) sempre fora sifilítico e a doença
atingira o cérebro.
Mais
de 100 mil pessoas compareceram ao seu enterro e até poucos anos
atrás uma misteriosa mulher de preto pintava pontualmente no seu
túmulo no aniversário da morte: 23 de agosto.
Logo
depois da notícia, duas jovens tentaram se matar em frente ao
hospital, uma terceira se suicidou em Londres e em Paris, um jovem
ascensorista do hotel Ritz foi encontrado morto em sua cama, rodeado
de fotos do ator.
Aparentemente,
porém, sua vida real era bem diversa da dos heróis que vivia no
cinema.
Verdade
é que sempre tentou defender a sua fama de machão romântico e
chegou a desafiar para um duelo um repórter do Chicago Tribune
que pôs em dúvida a sua virilidade, dizendo que ele usava ruge,
rímel e batom.
Talvez
trepasse em segredo – coisa muito difícil para um cara que tinha a
cara mais conhecida do mundo na época e era reconhecido onde quer
que aparecesse –, mas eu duvido.
Casou
duas vezes: a primeira com Jean Acker, em 1922, e a segunda com
Natacha Rambova, em 1925.
As
duas eram lésbicas notórias e foram apresentadas a ele por Aila
Nazimova, rainha da sapataria hollywoodiana, de quem haviam sido
amantes.
Como todo novo-rico sem nada no interior do cérebro, Valentino
abusava de anéis, correntes e pulseirinhas de ouro, perfumes
fortíssimos, gomalina no cabelo e casacos de vison.
Não
dispensava uma desmunhecada aqui e ali e exigiu ser enterrado com a
pulseira de escravo, presente da sua segunda mulher, a quem chamava
de chefe, a mesma que, ao se divorciar dele, jurou que o casamento
jamais se consumara.
Embora
vivesse rodeado de lésbicas e homossexuais, é preciso fazer
justiça: não apareceu ninguém para dizer que havia comido o rabo
do maior amante do mundo.
Pensando
bem, uma vidinha de merda. Poderia estar vivo hoje, caso houvesse
permanecido na Itália.
Kkkkk quando eu era criança via cachorras transando na rua achava que com o homem e mulher ia ficar grudados também 😜
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