TRANSEXUALISMO
– O transexual, em sendo homem, não é um homossexual e, em sendo
mulher, não é uma lésbica. Em verdade, é vítima de um erro da
natureza. O transsexual pode ser uma mulher que se sente um homem ou
um homem que se sente mulher. São mulheres com corpos de homem e
homens com corpos de mulher.
A
coisa é séria, pois enquanto que o homossexual é um homem normal,
exceto pelo fato de preferir ir para a cama com outros homens, e a
lésbica é uma mulher normal, exceto pelo fato de preferir ir para a
cama com outras mulheres, o transsexual pensa, age e sente como o seu
oposto.
A
situação é patética: imagine você, leitora que me honra, olhar
para outra mulher e sentir vontade de penetrá-la, casar e ter filhos
com ela. É exatamente assim que se sente uma transsexual com corpo
de mulher.
João
Nery, carioca, já foi Joana Nery (pseudônimos), professora de
psicologia que, porém, jamais se sentiu uma mulher. Quando ia para a
cama com outras mulheres, detestava se tratada por elas como lésbica.
Queria ser tratada como homem.
A
propósito de sua operação, que a transformou em João fisicamente,
ela escreveu um belo livro João ou Joana?, que infelizmente
não recebeu da nossa crítica e nem do poder judiciário a menor
atenção. Joana, que hoje é João, mora clandestinamente e com
documentos falsos no Rio de Janeiro.
Muitos
transsexuais – homens e mulheres – vivem esta condição por toda
a vida por pressões sociais ou econômicas.
Outros,
principalmente depois da segunda metade deste século, sofrem uma
alteração completa através de cirurgia e tratamento hormonal.
Os
homens amputam o pênis e os testículos, que são substituídos
pelos médicos por uma vagina artificial e uma vulva.
Graças
ao hormônio feminino, os pêlos do rosto, das pernas e do peito
desaparecem e os seios e ancas aumentam de tamanho.
Uma
pequena intervenção na laringe, finalmente, faz com que a voz se
torne mais aguda.
As
mulheres têm seu clitóris alongado. Com ajuda de uma matéria
plástica ele se torna um pênis artificial.
Os
seios, ovários, tubos de falópio e o útero são removidos e a
vagina fechada.
A
barba e os pêlos nas pernas e no peito surgem com injeções de
hormônio masculino e, finalmente, uma operação da laringe torna a
voz mais grave. Coisa para macho mesmo!
Depois
da operação, os transsexuais apelam na justiça para o
reconhecimento do novo sexo e muitos chegam a casar. Menos no Brasil,
é claro, onde o transsexualismo não é legalmente reconhecido.
TRAVESTI
– Trata-se do homem que tem prazer sexual principalmente quando se
veste de mulher. Existem mulheres que eventualmente gostam de usar
trajes masculinos, mas são poucas e, de qualquer modo, se forem
bonitinhas, ficam ainda mais femininas.
Tive
um caso com uma tenente das forças da ONU, no Líbano, que não
podia ser mais feminina, principalmente sem as botinhas e a farda.
Seios grandes que se mantinham eretos, desafiando a lei da gravidade.
Mas tergiverso.
Mais
de 98% dos travestis são homossexuais. Há aqueles que se vestem
permanentemente de mulher e outros – bancários, políticos,
funcionários de multinacionais, publicitários – que o fazem
ocasionalmente, durante o carnaval, ocasião em que não perdem a
oportunidade de palmear qualquer coisa que lembre remotamente uma
banana.
O
Brasil é conhecido no mundo inteiro pelo número de travestis, sendo
que os dois mais famosos são Astolfo (Rogéria) e Roberto (Roberta
Close). Esta última, embora seja um homem, é considerada por muitos
a mulher mais bonita do país.
Ao
contrário dos transsexuais, os travestis não se consideram
mulheres. Apenas gostam de se sentir mulheres, vestindo seus trajes.
Há
casos de travestis que não são absolutamente homossexuais, como,
por exemplo, Knud Hansen, um dos melhores professores de matemática
da Dinamarca. Foi o filósofo Jurij Moskvitin que me levou à sua
casa.
Ele
nos recebeu vestido de mulher ao lado da esposa e dos filhos. Como o
cara não desmunhecasse, depois de algum tempo, acabei esquecendo que
ele estava de minissaia e comecei a discutir lógica binária a
sério.
Um
sinónimo para travestismo é eonismo, em homenagem a Charles D’Éon,
que está devidamente verbetado na letra E.
Em
literatura, principalmente a teatral, o travesti é a paródia de uma
obra séria. Por exemplo: o tratamento humorístico que Shakespeare
deu a Píramo e Tisbe em Sonho de Uma Noite de Verão.
Outro
exemplo, este político: o congresso que votou contra as eleições
diretas no Brasil em 1984 era um travesti.
Homens
se vestem de mulheres desde os tempos babilônicos. A prática foi
condenada pela primeira vez no século VI, pelo bispo Isisdoro, de
Sevilha: “Todo ano novo é a mesma coisa: essas criaturas
miseráveis se transformam em verdadeiros monstros efeminando suas
caras másculas e fazendo gestos femininos, intoxicados pelo vinho”.
Por
outro lado, quem usa saia todo o dia, como os cardeais, não pode
reclamar das bichas enrustidas que se largam uma vez por ano.
UBERABA
– Cidade no Oeste de Minas Gerais, nas Alterosas, a 785 metros
acima do nível do mar e banhada pelo rio Uberaba. Suspeito, não?
Ganhou status de cidade em 1856 por razões misteriosíssimas e hoje
é o centro comercial de importantíssima região bovina. Aliás, as
vacas e os bois de Uberaba são a sua principal fonte de renda. Fonte
de renda parece título de livro de poesia de Cruz e Souza, não é
mesmo? Mas não é só isso. Lá em Uberaba eles cultivam ainda
arroz, feijão, laranja, café, cana-de-açúcar e, não contentes,
plantam bananeiras.
Todos
os anos os uberabenses fazem uma feira de gado na qual vacas, bois e
touros andam nus de um lado para o outro e vai gente do Brasil
inteiro para ver. Sempre no mês de maio, mês das noivas, como se
sabe!!!
A
cidade tem ainda grandes fábricas de cimento, de sapatos, sapatinhos
e sapatões. Trens e caminhões transportam mercadorias para Belo
Horizonte, a capital do estado a 422 quilômetros para o Leste, e
para as cidades vizinhas do Estado de São Paulo.
Uberaba,
além de ser uma arquidiocese, é ainda sede da região conhecida
como Triângulo Mineiro.
O
Triângulo Mineiro, como os meus leitores devem saber, já causou
muitas mortes, embora os mineiros costumem esconder os seus
triângulos do grande público.
Finalmente,
os habitantes de Uberaba, sem exceção, e são mais de 300 mil, não
escondem o fato de que a cidade é sede do Centro Regional de
Pesquisas Sócio-Econômicas para a América Latina.
Vocês
sabem que eu sou contra a censura, mas, francamente, tudo tem
limites!
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