terça-feira, 6 de março de 2012

As rainhas esquecidas

Aldine Müller, Helena Ramos e Zaira Bueno

Nestor Tipa Junior, de Porto Alegre

O nosso cinema é lembrado, em parte, até hoje por um de seus gêneros que marcaram uma geração: a pornochanchada. Muitos dos artistas que hoje brilham na TV brasileira passaram por essa fase. Nomes como o de Vera Fischer, Sônia Braga e Lucélia Santos chegaram a fazer este tipo de filme. Muitas outras tiveram algum relativo sucesso ou nenhum depois que este estilo de cinema acabou.

Alguns críticos dizem que boa parte dos artistas da época não teve sucesso depois por uma falta de capacidade de articulação para conseguir bons papéis. Ocorre que muitos deles também decidiram encerrar a carreira depois da experiência. Abaixo, relembramos 10 musas da época que poucos talvez lembrem.


Aldine Müller
O que poucos sabem é que Aldine Müller chegou a ser rainha da Festa da Uva. Portuguesa, mas registrada em Bom Jesus, foi para São Paulo trabalhar como modelo. Um de seus filmes, A Boneca Cobiçada, foi o primeiro a ser liberado com cenas de sexo explícito. Fez trabalhos em minisséries e novelas pela televisão brasileira depois do fim das pornochanchadas. Aos 47 anos, chegou a fazer um ensaio para a revista Sexy.


Helena Ramos
Uma das rainhas da pornochanchada brasileira. Helena Ramos participou de mais de 20 produções nacionais, entre elas O Bem Dotado Homem de Itu e Mulher Objeto. Seu trabalho na TV foi curto, com apenas destaque para uma participação na novela Guerra dos Sexos.


Kate Lyra
A norte-americana Katherine Lee Riddell Caughey de Barbosa Lyra fez sua carreira na pornochanchada. Casada com o cantor e compositor Carlos Lyra, chegou a participar de programas humorísticos na TV brasileira, mas fez sucesso na companhia do diretor Walter Hugo Khoury em filmes como O Prisioneiro do Sexo, Convite ao Prazer e Eros, O Deus do Amor. Chegou a participar do filme Bossa Nova, em 2000.


Matilde Mastrangi
Iniciou a carreira como dançarina de Silvio Santos, mas foi marcada pelos seus filmes. Participou de filmes como Já Não se Faz Amor Como Antigamente, Amor Estranho Amor e As Cangaceiras Eróticas. Nos anos 80, chegou a participar da novela Vereda Tropical. É casada com o ator Oscar Magrini. O casal tem uma filha, Isabella.


Monique Lafond
Monique começou a carreira cedo. Além de fazer comerciais, fez peças de teatro como Música Divina Música, inspirado em A Noviça Rebelde. Manequim e modelo, também foi uma das musas de Walter Hugo Khoury. Participou de filmes como Giselle, Eros, O Deus do Amor e Eu. A diferença é que Monique participou de filmes como Eu Matei Lúcio Flávio, no qual ganhou o prêmio de melhor atriz e de filmes dos Trapalhões. Participou também de novelas nos anos 80. Hoje, a atriz dá aulas de teatro no bairro de Copacabana, na Oficina de Teatro na Idade da Sabedoria.


Nádia Lippi
Estreou criança ainda na TV brasileira, participando de novelas. Com o advento das pornochanchadas nos anos 70, participou de filmes como A Árvore dos Sexos e A Virgem. Nos anos 80 chegou a participar de filmes dos Trapalhões. Chegou a se retirar da carreira artística, mas participou de novelas na extinta Manchete e, mais recentemente, na Record. É mãe da Thalita Lippi, que participou do BBB8, e é dona de um salão de beleza em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro.


Nicole Puzzi
Um dos nomes mais expressivos do cinema brasileiro da época. Entre os destaques da filmografia de Nicole estão O Prisioneiro do Sexo, Retrato Falado de Uma Mulher Sem Pudor e Eu. Nos anos 80 e 90, participou de novelas da Globo como Perigosas Peruas, mas ficou marcada como a médica Luíza em Barriga de Aluguel. A atriz chegou a escrever livros de auto-ajuda como De Bem com a Vida e Inveja: Saiba Como Tratar e se Defender Desse Mal.


Sandra Barsotti
De peças infantis do teatro amador, Sandra atuou em vários filmes do gênero, a maioria não conhecidos do grande público. Os de maior destaques são Eu Transo, Ela Transa e O Marido Virgem. Participou da primeira versão de Roque Santeiro e também de Pecado Capital. Atualmente vive a personagem Yolanda, na novela da Globo Viver a Vida.


Sandra Bréa
Sex symbol dos anos 70, Sandra Bréa foi uma das atrizes de mais destaques mesmo na época das pornochanchadas. Além de atuar neste tipo de filme, atuava em novelas nos anos 70 e 80 e posou invariavelmente para revistas como Status e Playboy. Morreu em 2000 vítima de um câncer de pulmão. Era soropositiva e chegou a fazer campanhas contra discriminação aos portadores do vírus HIV. Uma vez declarou: "Não morrerei de Aids. Vou morrer como qualquer um, atropelada".


Zaira Bueno
A portoalegrense Zaira Bueno foi uma das principais atrizes da época. Atuou em filmes como A Noite dos Bacanais, Excitação Diabólica e Aqui, Tarados!. Zaira também se formou em balé, onde deu aula, e chegou a fazer peças de teatro.

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