sexta-feira, 9 de março de 2012

O mundo está solidário com o Candiru


Quando consultamos nosso tradutor, ele estava meio chumbado, mas parece que a tradução das bandeiras roxas aí é “Volta logo, Candiru!”

Forças ocultas tiraram violentamente o Candiru de circulação e enfiaram nosso editor, na marra, na mala de um carro para só o desembarcarem na ilha de Margarita.

Ele ficou por lá durante quase dez anos, bebendo, perdendo dinheiro em cassinos e emprenhando as nativas venezuelanas.

Até hoje ninguém entendeu o porquê dessa odiosa retaliação.

Não mexemos com quase ninguém e, temos certeza, nada fizemos para macular a honra das donzelas e cidadãos sérios de nossa cidade.

Mesmo assim fomos obrigados a sair de fininho, pois a bicuda do Candiru estava entortando pro nosso fiofó e ninguém é besta de ser ajumentado sem berrar.

Isso fica para os “bons cabritos”.

Não é o nosso caso.

No entanto, apesar de nosso editor está mais por baixo do que bunda de sapo, agradecemos os telefonemas, faxes e telegramas de solidariedade.

Também agradecemos as manifestações pro-Candiru realizadas na China, Cuba, Japão, Tailândia, Arábia Saudita, Rússia, Afeganistão e no município de Envira.


“Aê, aitolá, o Candiru vai nos salvar!”, berravam as mulheres árabes, confundindo o nosso simpático peixinho com orgasmo múltiplo

Veja agora alguns telegramas de solidariedade ao editor do Candiru:

“Meu garoto. Sei que o fechamento do Candiru foi brabo. Mas por aqui também lacraram a gente e eu aguentei a porrada.” (Elson Farias, presidente do TCM)

“Ex-camarada. Quando esses problemas enchem o saco, o melhor mesmo é comprar uma garrafa de Smirnoff. Não esquenta. Bota gelo!” (Bóris Yeltsen, manda chuva da Rússia e adjacências)

“Nunca fui muito com a cara desse pasquim, mas fechar ao jornal também já é demais” (Jorge Maia, vereador das Alvoradas e “adejacências”)

Mano velho, parabéns pela volta, mas esquece esse negócio de ressarcimento” (vereador Raimundo Furtado)

“Caboco, se manchete de jornal afetasse alguma coisa, eu não estava aqui no palácio” (governador Amazonino Mendes)


(editorial publicado na 2ª página do Candiru nº 2, em abril de 1995)

Nenhum comentário:

Postar um comentário