quarta-feira, 14 de março de 2012
Droga de advogado diz que violência é uma droga
Por Malu Maia
Para o advogado Roberto Dinamite Alexandre, ser suplente de vereador é uma violência urbana e uma grande droga, mas na verdade a violência urbana está diretamente relacionada com o consumo de drogas, tais como shows, discos e fitas K-7 de músicos locais.
Segundo o Dr. Roberto, a qualidade dos produtos é tão ruim que leva muitos jovens a cometer crimes hediondos.
Por isso, ele não admite em hipótese alguma que o governo legalize o polo cinematográfico do amazonas sob pena de a produção de droga ficar totalmente fora de controle e gerar ainda mais violência entre os cineastas que não conseguirem financiamento para suas obras de arte.
Ele acredita que as autoridades policiais deveriam intensificar ainda mais o combate aos artistas amazonenses, como forma de conter a violência, principalmente a praticada por poetas marginais que andam pelos bares oferecendo livros mimeografados, ou a de alguns músicos obscuros que andam dando facadas nas pessoas pra conseguir algumas merrecas e pagar o aluguel do estúdio onde gravam aquelas “fitas escrotérrimas, cheias de ruídos e que eles chamam de produto artesanal”.
Pior do que isso só discurso do vereador Jorge Maia numa segunda-feira de manhã! – protestou.
Na opinião de Roberto Carlos Alexandre, a questão está na educação do povo para evitar que o mal se alastre e ganhe força.
O cidadão que pegar o filho adolescente fazendo expressão corporal ou lendo Bertold Brecht escondido no banheiro, tem que dar logo umas porradas no sacana, pra ver se ele larga o choco e desiste de ser artista. Sem contar que trabalhar em teatro é negócio de frango! – afirmou o advogado.
Dizendo que tudo na vida tem um lado bom, menos o último disco do Raízes Caboclas, o Dr. Roberto Marinho Alexandre sugere um debate com a participação da imprensa e da sociedade organizada, junto com autoridades e pessoas conhecedoras e interessadas no combate às drogas.
Principalmente as drogas letais, aquelas que idiotizam as pessoas e produzem energúmenos a dar de pau, e que são financiadas com dinheiro público, via Imprensa Oficial, disfarçadas de livros de poesia do Clube da Madrugada.
(matéria publicada na página 15 do Candiru nº 2, em abril de 1995)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário