quinta-feira, 8 de março de 2012

Marcha das Vadias quase acaba no maior cacete


Mulheres com saias curtas, de salto alto, topless e até só de calcinha e sutiã se reuniram na manhã desta quinta-feira, 8 de março, na Praça da Matriz, no centro de Manaus, para a Marcha das Vadias, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Segurando cartazes com frases como “Ensine os homens a respeitar, não as mulheres a temer”, “Menos boquete e mais minete” e “Chega de engolir, está na hora de cuspir”, a marcha subiu a av. Eduardo Ribeiro até a Praça de São Sebastião, onde fica localizado o reduto machista do Bar do Armando.


Lá, aos gritos de “Estupro não é piada, machismo mata” e “Cansei de ser sexy, vou cobrar pelo boquete”, as manifestantes protestaram contra o fato de a BICA não ter saído esse ano, deixando centenas de mocréias na mão, ou melhor, no dedinho indicador.

A Slut Walk começou a se desenrolar no início do ano passado, em Toronto, no Canadá.

Em uma universidade, um policial dava uma palestra sobre segurança no campus universitário e argumentou que as estudantes deveriam evitar se vestir como vagabundas (daí vem o termo sluts) para não se tornarem alvo fácil de estupros.


Depois, veio a resposta: as mulheres canadenses colocaram a banda (e a bunda) na rua para dizer que sim, podem se vestir como quiser, e a culpa dos abusos sexuais e estupros é do agressor, não da roupa que elas colocam.

A passeata canadense teve grande repercussão e marchas semelhantes passaram a ocorrer em todo o mundo.


Uma das idealizadoras da manifestação amazonense, a comerciária Maria Motosserra, de 30 anos, afirma que o objetivo é fazer com que a sociedade reflita sobre o machismo.

“Em uma mesma família, o menino tem toda a liberdade para tocar punheta no banheiro. A mulher, não. O rapazola pode comer a empregada, mas a mocinha não pode dar para o entregador de pizzas. O machismo não vem só dos homens, mas das mulheres também, que julgam que todas as outras mulheres são vagabundas”, explicou.

O que mais chamou a atenção entre os cerca de 300 participantes da marcha foi a grande quantidade de cartazes contra o machismo e a favor do respeito entre os gêneros.


Os cerca de 5 mil homens que acompanharam em silêncio aquela manifestação festiva pelo Dia Internacional da Mulher ficaram divididos.

Metade deles achou que aquilo era falta de pica.

A outra metade achou que era falta de rola.

Por causa desse impasse, quase que a manifestação acaba no maior cacete.

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