quarta-feira, 14 de março de 2012

Gata em pele de onça


Essa neguinha aí é de fazer o vivente assinar a ficha de qualquer partido.

Até mesmo do PCB, onde os militantes continuam comendo criancinhas!

Com este verdadeiro monumento que simboliza o exotismo e o erotismo da natureza amazônica, inauguramos a coluna “A Boazuda do Candiru”, que vai trazer semanalmente uma potranca pra você limpar a vista e ficar doidão.

As garotas interessadas em participar da coluna, devem comparecer à redação do jornal e falar com o fotógrafo Carlão Dias, que vai escolher a dedo as mais fofinhas.

Ah, sim, queremos pedir desculpas ao Ibama por ter sacrificado a onça pra cobrir a gata.

Foi a única forma que encontramos de cutucar a onça com vara curta!


(matéria publicada na página 5 do Candiru nº 2, em abril de 1995)

Faz escuro mas eu canto, diz vereador João Torres


Depois de esperar por longos 35 anos para, finalmente, conseguir um mandato, o vereador João Torres arrancou o cabacinho da tribuna na semana passada, quando fez eu primeiro pronunciamento na Câmara.

O primeiro pronunciamento é como sutiã, nobre vereador Jorge Maia! – afirmou Torres, encarando o líder da sua bancada.

Como sutiã? Que é isso, nobre vereador, nos respeite! – exigiu o vereador machão Jorge Maia.

A gente nunca esquece! – completou João Torres, arrancando gargalhadas dos populares que estavam na galeria.

A estreia de João Torres na tribuna da Câmara aconteceu em grande estilo.

O vereador solicitou à mesa para falar apenas no Grande Expediente porque queria abordar um assunto muito sério.

O fato despertou a curiosidade da imprensa e da Mesa Diretora, que já andava preocupada com as participações de Torres nas discussões em plenário.
É sério mesmo, vereador? – quis saber o presidente Bosco Saraiva.
Homem... e eu vou esperar 35 anos para ocupar uma tribuna e falar besteira, vou? – irritou-se João Torres.
No horário combinado, o presidente da Mesa anunciou:
Com a palavra o vereador João Torres.

E lá se foi o vereador Torres, todo serelepe, fazer seu primeiro pronunciamento.

Arrumou o nó da gravata, prendeu os óculos na ponta do nariz, ajeitou o microfone a sua altura e arregaçou:

Desculpe, viu, senhor presidente, mas vou puxar aqui meu improviso de 15 laudas! – avisou o vereador, sacando do bolso uma pilha de papel.

Senhor presidente, senhores vereadores que compõem a mesa diretora, companheiros concursados da administração municipal, senhores estagiários e comissionados, dona Raimundinha do cafezinho, José Arlindo, meu motorista, Waldir Bofetão, meu segurança, povão da Cachoeirinha que está ali no canto, meu filho Junior – que se tivesse vindo de paletó tinha conseguido entrar no plenário – ilustres confrades da imprensa escrita, falada, televisionada e recortada com gilete, minhas senhoras, meus senhores, minhas crianças...

Excelência, vá logo ao assunto pelo amor de Deus, mano velho! – interrompeu o vereador Raimundo Furtado.

Calma, vereador, vossa excelência tenha paciência que eu também vou falar no nome de todos os colegas...

Não!!! Pelo amor de Deus, vereador, vá direto ao assunto – apelou o presidente Bosco Saraiva.
Tá bom, tá bom! – concordou João Torres, meio contrariado.
E continuou:
Amigos da situação, amigos da oposição e amigos indecisos que não têm mais nem partido... Viu como eu falei em todo mundo, nobre edil e companheiro de bancada Raimundo Furtado?
Ai, meu cacete, fala logo, homem, desembucha! – resmungou Raimundo Furtado, 1º Secretário da Mesa Diretora.

Torres continuou.
O que eu quero dizer é que a cidade não suporta mais os desmandos da Eletronorte. Ontem, por exemplo, só na minha casa, por três vezes a luz foi...

Neste exato momento, a Câmara Municipa inteira ficou na mais completa escuridão.

João Torres continuou o discurso, mesmo sem som no microfone:

Meus nobre colegas, queiram me desculpar, mas eu estou tão emocionado que a minha vista escureceu!

Emocionado uma ova, João! A Eletronorte acabou de cortar a luz da Câmara – avisou o vereador serafim Corrêa, tateando a mesa atrás de seus óculos.

Viu como eu sou um vereador que só fala a verdade! – avisou João Torres, tropeçando em uma cadeira.

A Eletronorte não quis se pronunciar a respeito.


(matéria publicada na página 7 do Candiru nº 2, em abril de 1995)

Ecologistas decidem soltar a franga


Reunidos na 24ª Conferência Mundial sobre o Meio-Esquisitão, os militantes politicamente corretos e sensíveis do PV (Partido do Velhojererê, segundo Gabeira) decidiram aprofundar até o cabo as divergências ideológicas sobre o tipo de droga que dá mais barato: chá do daime em jejum ou fanta laranja com kikão e ketchup da Arisco depois de uma lauta feijoada.

Os qualiras, quer dizer, os militantes verdes estavam divididos em várias facções:

Ecochatos – Aqueles que não admitem o uso de Neocid ou qualquer outro defensivo agrícola nas matas pubianas.

Ecoxiitas – Aqueles que defendem a biodiversidade sexual entre legumes do mesmo sexo desde que a relação seja consentida.

Ecosunitas – Aqueles que acreditam na reencarnação das espécies vegetais e minerais na quinta lua de Jupiter ou em um dos anéis de Saturno.

Ecobundistas – Aqueles que defendem o sexo anal como único contraceptivo verdadeiramente natural e de eficiência comprovada.

Ecopuristas – Aqueles que culpam o consumo exagerado de repolho, sopa de missô e ovo cozido como a verdadeira causa dos gases tóxicos que poluem o planeta.

Ecovigaristas – Aqueles que conseguiram se safar do escândalo do “colarinho verde” na Suframa pagando seus advogados com “verdinhas” do Tio Sam.

Ecovaselinas – Qualquer um que não se alinhasse com as facções anteriores.

Depois de muito arranca-rabo e puxões de cabelos para aprovarem suas propostas, os boiolas, quer dizer, os militantes verdes ficaram bastante divididos na plenária: a parte de cima achando que leite de magnésia com lacto-purga é muito bom pra quem quer se soltar um pouco, e a parte de baixo achando que tanga de crochê ainda dá pra encarar, mas que canga de pelúcia, sinceramente, é o fim da picada.


Após novas discussões e muitas trocas de sapatadas de salto agulha, os baitolas, quer dizer, os militantes verdes soltaram um manifesto parecido com um peido para a população, com o seguinte teor:

Chega de mata queimada. Viva o mato queimado.

Chega de dar tapa escondido. E já que tocamos no assunto, a gente vai apertar, mas não vai acender agora.

Chega dessa vida de cachorro que quer ganhar um osso.

Se continuarem a nos perseguir e discriminar, a vaca vai pro brejo.

Pelo direito de apertar um baseado cheio de camarão sem excitar as forças da repressão!

Pelo direito de soltar a franga em praça pública ou de afogar o ganso em igarapés sem olhares de desaprovação!

Chega de preconceito no pré-coito: nossos corpos nus pertencem!

Que a população civil organizada coloque no pau de arara todo reacionário que ousar nos impedir de esconder a cobra ou botar as aranhas pra brigar.

Chegou a hora de a gente soltar os bichos!

Pelo direito de ir e vir, ir e vir, ir e vir, ah, meu deus, como é bom esse troço, credo...


Pelo que a repórter Malu Mala conseguiu apurar, o militante do PV é um animal solitário, doce e meigo, de hábitos sociais e sexuais meio difusos e, a exemplo dos conselheiros do Tribunal de Contas do Município, também está ameaçado de extinção.

Só vocês podem salvar essas criaturazinhas indefesas.

Nós não, que ninguém aqui é chegado.


(matéria publicada na página 15 do Candiru nº 2, em abril de 1995)

Droga de advogado diz que violência é uma droga


Por Malu Maia

Para o advogado Roberto Dinamite Alexandre, ser suplente de vereador é uma violência urbana e uma grande droga, mas na verdade a violência urbana está diretamente relacionada com o consumo de drogas, tais como shows, discos e fitas K-7 de músicos locais.

Segundo o Dr. Roberto, a qualidade dos produtos é tão ruim que leva muitos jovens a cometer crimes hediondos.

Por isso, ele não admite em hipótese alguma que o governo legalize o polo cinematográfico do amazonas sob pena de a produção de droga ficar totalmente fora de controle e gerar ainda mais violência entre os cineastas que não conseguirem financiamento para suas obras de arte.

Ele acredita que as autoridades policiais deveriam intensificar ainda mais o combate aos artistas amazonenses, como forma de conter a violência, principalmente a praticada por poetas marginais que andam pelos bares oferecendo livros mimeografados, ou a de alguns músicos obscuros que andam dando facadas nas pessoas pra conseguir algumas merrecas e pagar o aluguel do estúdio onde gravam aquelas “fitas escrotérrimas, cheias de ruídos e que eles chamam de produto artesanal”.

Pior do que isso só discurso do vereador Jorge Maia numa segunda-feira de manhã! – protestou.

Na opinião de Roberto Carlos Alexandre, a questão está na educação do povo para evitar que o mal se alastre e ganhe força.

O cidadão que pegar o filho adolescente fazendo expressão corporal ou lendo Bertold Brecht escondido no banheiro, tem que dar logo umas porradas no sacana, pra ver se ele larga o choco e desiste de ser artista. Sem contar que trabalhar em teatro é negócio de frango! – afirmou o advogado.

Dizendo que tudo na vida tem um lado bom, menos o último disco do Raízes Caboclas, o Dr. Roberto Marinho Alexandre sugere um debate com a participação da imprensa e da sociedade organizada, junto com autoridades e pessoas conhecedoras e interessadas no combate às drogas.

Principalmente as drogas letais, aquelas que idiotizam as pessoas e produzem energúmenos a dar de pau, e que são financiadas com dinheiro público, via Imprensa Oficial, disfarçadas de livros de poesia do Clube da Madrugada.


(matéria publicada na página 15 do Candiru nº 2, em abril de 1995)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Xerife diz que violência já diminuiu no Amazonas (e quem discordar vai entrar na porrada!)


Não tem nem pra remédio: xerife Kid Klinger e delegado Sobrinho detonam mais uma galera

Por Fernando Ruins

A cidade está menos violenta. E quem não acreditar nisso vai levar muita porrada do Secretário de Justiça, Segurança Pública, Cidadania e o Cacete a Quatro (SJSPCCQ), Dr. Kid Klinger, conhecido na intimidade como “o Charles Bronson baré” pelo seu permanente desejo de matar.

O secretário aproveitou uma entrevista coletiva para mandar um recado aos delinquentes:

– Anota aí. Negócio seguinte, galerosos! Nós vamos endurecer ainda mais e botar no toco. Pra isso contamos com o apoio do delegado Sobrinho, do tio, da tia e da vovó, além de doses maciças de catuaba, amendoim e gemada de ovos de codorna em jejum!

Na avaliação do Secretário, a prova da diminuição da violência está nos noticiários dos jornais:

– As manchetes sobre crimes são de fatos isolados ocorridos no sul do país. Mesmo porque se algum repórter policial metido a besta conseguir entrevistar algum membro de galera aqui em Manaus será um sério candidato ao Prêmio Esso. E sabem por quê? Porque, anota aí, galera não tem mais nem pra fazer remédio, entenderam?

– Entendemos e muito bem! – respondeu a repórter do Candiru, Malu Mala, colocando a mão no pescoço, como se tivesse sentido o bafo frio de algum encosto em sua nuca.


A eficácia das polícias Civil e Militar, segundo o Secretário, poderia ser ainda maior se as corporações estivessem equipadas com caças F-23, tanques de guerra, caminhões de assalto, bateria antiaérea, lança-chamas, submarinos Nautilus, mísseis de longo alcance do tipo Tomahawk, helicópteros Comanche e um ou dois porta-aviões fundeados na baía do rio Negro “como estará em breve por iniciativa do governador”, adiantou o xerife.

Ele disse ainda que pode afirmar com certeza que “em Manaus não existem mais galeras organizadas, mas apenas alguns poucos bandidos fazendo frila e que em breve serão presos e enviados ao São João Batista, a única penitenciária de segurança máxima em que eu confio”.

– Lugar de marginal é no campo santo, de preferência enterrado de cabeça pra baixo pra não ocupar muito espaço! – explicou o xerife.


O Dr. Kid Klinger aproveitou para anunciar a construção de uma nova penitenciária anexa à Colônia Penal Agroindustrial Anísio Jobim, aquela que possui três presos em regime semiaberto e 756 funcionários para cuidar dos três vagabundos.

A penitenciária, segundo o projeto emendado pela ALE, terá 485 celas individuais, cada uma delas equipada com cama giratória, espelho no teto, banheira Jacuzzi com hidromassagem, ar condicionado, TV a cabo, piscina com cascata artificial, telefone celular, sala de vídeo, biblioteca e pista de dança.

Na área externa será construído um heliporto, uma sala de ginástica, duas quadras de tênis, pista de jogging, cassino, boate para 200 pessoas e um barzinho temático bem transado.


Indagado se os deputados não haviam legislado em causa própria ao emendarem o projeto de uma penitenciária comum e transformá-lo em um hotel cinco estrelas, o xerife foi enigmático:

– Ninguém sabe o dia de amanhã!

O xerife também está pensando em alugar o Palácio da Segurança, construído no governo do professor Mestrinho, para ser usado como cidade cenográfica do novo Polo Amazonense de Cinema (PAC), inaugurado por Joaquim Marinho.

É que a obra foi entregue só com a fachada.


(matéria publicada na página 14 do Candiru nº 2, em abril de 1995)

O mundo está solidário com o Candiru


Quando consultamos nosso tradutor, ele estava meio chumbado, mas parece que a tradução das bandeiras roxas aí é “Volta logo, Candiru!”

Forças ocultas tiraram violentamente o Candiru de circulação e enfiaram nosso editor, na marra, na mala de um carro para só o desembarcarem na ilha de Margarita.

Ele ficou por lá durante quase dez anos, bebendo, perdendo dinheiro em cassinos e emprenhando as nativas venezuelanas.

Até hoje ninguém entendeu o porquê dessa odiosa retaliação.

Não mexemos com quase ninguém e, temos certeza, nada fizemos para macular a honra das donzelas e cidadãos sérios de nossa cidade.

Mesmo assim fomos obrigados a sair de fininho, pois a bicuda do Candiru estava entortando pro nosso fiofó e ninguém é besta de ser ajumentado sem berrar.

Isso fica para os “bons cabritos”.

Não é o nosso caso.

No entanto, apesar de nosso editor está mais por baixo do que bunda de sapo, agradecemos os telefonemas, faxes e telegramas de solidariedade.

Também agradecemos as manifestações pro-Candiru realizadas na China, Cuba, Japão, Tailândia, Arábia Saudita, Rússia, Afeganistão e no município de Envira.


“Aê, aitolá, o Candiru vai nos salvar!”, berravam as mulheres árabes, confundindo o nosso simpático peixinho com orgasmo múltiplo

Veja agora alguns telegramas de solidariedade ao editor do Candiru:

“Meu garoto. Sei que o fechamento do Candiru foi brabo. Mas por aqui também lacraram a gente e eu aguentei a porrada.” (Elson Farias, presidente do TCM)

“Ex-camarada. Quando esses problemas enchem o saco, o melhor mesmo é comprar uma garrafa de Smirnoff. Não esquenta. Bota gelo!” (Bóris Yeltsen, manda chuva da Rússia e adjacências)

“Nunca fui muito com a cara desse pasquim, mas fechar ao jornal também já é demais” (Jorge Maia, vereador das Alvoradas e “adejacências”)

Mano velho, parabéns pela volta, mas esquece esse negócio de ressarcimento” (vereador Raimundo Furtado)

“Caboco, se manchete de jornal afetasse alguma coisa, eu não estava aqui no palácio” (governador Amazonino Mendes)


(editorial publicado na 2ª página do Candiru nº 2, em abril de 1995)

A estreia do colunista social mais folgado de todos os tempos


No 2º número do Candiru, lançado em abril de 1995, ocorria a estreia de nosso colunista social, o inimitável Bil, cuja coluna se intitulava “A Número Pum”. Curtam


Bil aumenta número de colunistas para 38

Não adianta, minha santa, jornal sem colunismo social não existe.

Daí que eu e meu xerimbabo Petit Raymundo estamos de volta para essa orgia que está sendo o colunismo social nesta city.

Não é por estar na minha frente não, mas pro governo de vocês, foram nos buscar em nossa house, lá no Mutirão, num fusquinha 78 super incrementado. Amei.

Eu ainda bati o pezinho, pois havia jurado que colunismo, jamé!, geeenntte!

O que eu peguei de xêxo dos meus anunciantes no ano passado, com aquela transformação de Cruzeiro Real para URV e depois para uma tal de UFIR não sei das quantas, não está no gibi.

– Não, Petit, eu não quero mais saber disso. Estou simplesmente e-xaus-to. Nem que eu tenha que vender din-din de cupuaçu na porta de my house, não quero mais saber de colunismo! – desabafei, enquanto lixava as unhas com escama de pirarucu.

– Que é isso, Bil. Estamos puxando uma cachorrinha danada. Nunca mais fomos chamados prum jantar, nada de passeio de barco, chá de dondoca, e até pra chegada da Kamélia este ano não mandaram convite. Foi um miserê tota. Pensa bem, bofe! – aconselhou Petit Raymundo doidinho para voltar ao high society.

– E o que tu querias, queridinho? A vida, meu nego, é uma eterna roda gigante. Um dia nós estamos em cima, outro dia nós estamos em baixo! – respondi.

Geeennnttte! Mudei de ideia rapidinho quando chegou a conta da Eletronorte. E num dia de chuva, quando eu ainda não tinha vendido um din-dinzinho sequer. Cruzes!
Tô de volta, hein? Agora somos apenas 38 colunistas em Manaus. Podem inventar colunáveis. Pleft! Ploft! Bingo!


Nem parece, mas o cano de descarga dessa bonita máquina já está batendo bronzina. Procura uma proctologista, santa!

Coisinhas miúdas de Paris

Olha, geeente! Eu simplesmente amo Parintins. Mas tem dias que chegam até o fax, fix e fox de Bil (tás pensando que é só tu que tens, ô Pratinha?) cada notícia de arrepiar os pentelhos. Espie só esta, minha santa.

Conta-me mon ami Flori Lins (não tem nada a ver com aqueles ouuutros Lins, entendeu?), que os japoneses estão adotando curumins parintinenses. Até aí nada de errado, já que os olhos puxados adoram coisinhas miúdas. Cala-te!

Mas acontece que o prefeito mon ami Raimundo Reis também parece ter sido adotado por uma nobre família nipônica, pois sumiu da ilha às vésperas de começar o fuá do boi.

Contam as más línguas que o alcaide até já recebeu um novo nome no Cartório de Registros: Nunka Taki.

Arre égua, meu!

Jaraqui da manhã


Meu jaraqui da manhã, com farinha do arini, pimenta e limão, eu traço com mon ami Eron Bezerra da Silva, do PC do B (Partido Camarada do Bezerra), que está arrancando os fios da barba para impedir a construção da BR-174. É que o deputado red está com medo de que os últimos meninos do Pecebão sejam atraídos pelas praias do Caribe, o paraíso dos pequenos burgueses. Geeente, lá só rola dólar! Se isso acontecer, o PC do B será reduzido a uma dupla tipo Jane & Erondi. God que te livre!

In

É convidar os amigos vips para uma peixada no mesmo dia em que o governador está anunciando que vai distribuir de graça 400 toneladas de peixe na Semana Santa.

Out

É ameaçar processar o Candiru e depois disfarçar, dizendo que tudo era brincadeirinha. Geeennnttte! Cês querem que eu tenha um troço, é?

quinta-feira, 8 de março de 2012

Marcha das Vadias quase acaba no maior cacete


Mulheres com saias curtas, de salto alto, topless e até só de calcinha e sutiã se reuniram na manhã desta quinta-feira, 8 de março, na Praça da Matriz, no centro de Manaus, para a Marcha das Vadias, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Segurando cartazes com frases como “Ensine os homens a respeitar, não as mulheres a temer”, “Menos boquete e mais minete” e “Chega de engolir, está na hora de cuspir”, a marcha subiu a av. Eduardo Ribeiro até a Praça de São Sebastião, onde fica localizado o reduto machista do Bar do Armando.


Lá, aos gritos de “Estupro não é piada, machismo mata” e “Cansei de ser sexy, vou cobrar pelo boquete”, as manifestantes protestaram contra o fato de a BICA não ter saído esse ano, deixando centenas de mocréias na mão, ou melhor, no dedinho indicador.

A Slut Walk começou a se desenrolar no início do ano passado, em Toronto, no Canadá.

Em uma universidade, um policial dava uma palestra sobre segurança no campus universitário e argumentou que as estudantes deveriam evitar se vestir como vagabundas (daí vem o termo sluts) para não se tornarem alvo fácil de estupros.


Depois, veio a resposta: as mulheres canadenses colocaram a banda (e a bunda) na rua para dizer que sim, podem se vestir como quiser, e a culpa dos abusos sexuais e estupros é do agressor, não da roupa que elas colocam.

A passeata canadense teve grande repercussão e marchas semelhantes passaram a ocorrer em todo o mundo.


Uma das idealizadoras da manifestação amazonense, a comerciária Maria Motosserra, de 30 anos, afirma que o objetivo é fazer com que a sociedade reflita sobre o machismo.

“Em uma mesma família, o menino tem toda a liberdade para tocar punheta no banheiro. A mulher, não. O rapazola pode comer a empregada, mas a mocinha não pode dar para o entregador de pizzas. O machismo não vem só dos homens, mas das mulheres também, que julgam que todas as outras mulheres são vagabundas”, explicou.

O que mais chamou a atenção entre os cerca de 300 participantes da marcha foi a grande quantidade de cartazes contra o machismo e a favor do respeito entre os gêneros.


Os cerca de 5 mil homens que acompanharam em silêncio aquela manifestação festiva pelo Dia Internacional da Mulher ficaram divididos.

Metade deles achou que aquilo era falta de pica.

A outra metade achou que era falta de rola.

Por causa desse impasse, quase que a manifestação acaba no maior cacete.

Beijo grego pode ser abolido na Zona do Euro


por Cezário Camelo, de Atenas

Considerado o maior puteiro monetário da atualidade (“Um tsunami de perversões sadomasoquistas contra as incautas economias moçoilas dos países emergentes”, segundo a presidente Dilma Rousseff), a Zona do Euro faz sua grande prova de fogo neste Dia Internacional da Mulher: a fogosa Grécia vai aguentar ou não mais um nabo gigantesco no seu buraco negro?

O primeiro-ministro grego Lucas Papademos já garantiu que a Grécia está de joelhos, mas quer que os investidores privados coloquem só a cabecinha.

Os credores privados que já se pronunciaram a favor de participar na operação de reestruturação da dívida grega, também conhecida como “bacanal na Casa de Noca”, estão determinados a enfiar até o talo.


A data limite para anunciar o papel de cada participante na suruba franciscana que pretende perdoar 107 bilhões dos 350 bilhões da dívida grega é nesta quinta-feira, às 17h (de Brasília).

O troca-troca, que afeta 206 bilhões de euros de títulos de dívida em mãos dos credores privados (bancos, fundos de investimento, empresas de seguro etc), está sendo visto pela população como um estupro consentido e sem vaselina.

Ou seja, o povo grego inteiro está com o cu na mão.


A fogosa Grécia assegurou que suspenderá a suruba caso a taxa de participação seja inferior aos 75% da massa de credores privados.

O problema é que a Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados a gigolôs financeiros e deixando sua economia-bunda cada vez mais refém da crescente, palpitante e avantajada dívida externa.


Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, os salários do funcionalismo praticamente dobraram, o beijo grego virou item de primeira necessidade, o swing se transformou em esporte nacional e todo mundo acreditava que a farra jamais iria acabar.

Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasão de impostos – deixando o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de crédito de 2008.


O montante da dívida deixou investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país, mesmo com a Grécia topando fazer barba, cabelo e bigode.

Se o país não fosse membro da Zona do Euro (“Um tsunami de aberrações sadomasoquistas contra as jovens economias do terceiro mundo em fase de crescimento”, segundo a presidenta Cristina Kirchiner), talvez fosse tentador declarar a moratória, o que significaria deixar de pagar os juros das dívidas ou pressionar os credores a aceitar pagamentos menores e perdoar parte da dívida, no clássico “quem comeu, comeu, quem não comeu não come mais”.


Contudo, uma moratória grega, além de estimular países como Irlanda e Portugal a fazerem o mesmo, significaria um aumento de custos para empréstimos tomados pelos países menores da União Europeia e pagadores de boquete, sendo que alguns deles já sofrem para manter seus pagamentos em dia – como é o caso da Polônia, que está vendendo o almoço para comprar o jantar.

A Espanha, por exemplo, já colocou a bunda de molho.

A peladona que ama os porcos


Filha de um filósofo sul-coreano, a norte-americana Miru Kim tem grande fascínio pelo maior órgão do corpo humano, a pele.

Costuma, por isso, aparecer inteiramente nua em suas fotos.

“É graças à pele que o mundo externo se comunica com o nosso interior”, diz a artista.


De maneira parecida, ao se despir, ela procura atuar como um elo entre os espectadores de seus trabalhos e o espaço em que se encontra quando os realiza.

Nos últimos dois anos, Miru Kim já participou de duas vagabundagens performances inusitadas: The Pig that Therefore I Am e Naked City Spleen (algo como O Porco que, Portanto, Eu Sou e Melancolia da Cidade Nua).


A ideia da primeira série nasceu quando a fotógrafa, hoje com 30 anos, estudava anatomia na Universidade Columbia, de Nova York, onde se graduou em pintura.

“Durante as aulas, descobri, surpresa, que a fisiologia humana se assemelha à dos suínos, com exceção do saca-rolha que chega aos 30 cm.”


Ela, então, resolveu saber mais sobre os porcos e ficou chocada com os maus tratos que os animais sofrem em diversas fazendas de abate.

Tomou consciência também dos problemas ambientais causados por criações desse tipo.


Para denunciar tanto uma situação quanto a outra (ainda que de maneira indireta), passou a se retratar dentro de chiqueiros sem nenhuma peça de roupa.

Não raro, praticamente desaparece no meio das pocilgas, como se estivesse camuflada – procedimento que evidencia as similaridades entre o corpo dela e o dos bichos.


Já em Naked City Spleen, Miru troca o cenário rural pelo urbano, mas continua se fotografando despida.

Envereda, agora, por túneis, galerias de esgoto, fábricas abandonadas e pontes – zonas muitas vezes lúgubres e silenciosas das metrópoles que, como os chiqueiros, recebem apenas o desprezo de boa parte das pessoas.


Ela visitou cidades de várias partes do mundo e posou nua em lugares vazios e, às vezes, inacessíveis.

Entre as cidades em que a jovem posou nua estão Istambul (Turquia) e Nova York (EUA), segundo a agência de notícias Barcroft Media.


Em dezembro do ano passado, Miru Kim deitou ao lado de dois porcos como parte de uma instalação chamada “I Like Pigs and Pigs Like Me (104 hours)”, em Miami, nos Estados Unidos.

A performance fazia parte de exposição na feira Art Basel.

Não se sabe se os porcos acalmaram o calor na bacorinha da artista.

Artista indiano faz sucesso ao usar a língua para pintar quadros


O artista indiano Ani K, que mora em Kerala, na Índia, descobriu uma forma diferente para pintar suas telas.

Ele faz sucesso ao usar a língua como pincel, segundo o site Oddity Central.

Ani K, que trabalha como professor de desenho, disse que se inspirou em um artista que pintava com o pé.


Ele destacou que começou usando o nariz, mas trocou de “instrumento” após descobrir que já havia um artista que usava o órgão para pintar.

A socióloga Rosa Maria Muraro acha um completo desperdício o indiano está utilizando a língua para funções tão pouco nobres quanto pintar quadros de quinta categoria.

– Se é para imitar Picasso, ele devia usar a língua em outro local – analisou. “Pra mim, esse indiano é chegado mesmo é a um pincel...”

Professora neozelandesa é destituída após posar nua para revista


Uma professora primária da Nova Zelândia não poderá mais dar aulas após ter posado nua para a revista Penthouse, informou uma rádio local.

Rachel Whitwell, de 29 anos, apareceu em uma edição da revista de lingerie e sem roupa e deitada sobre uma carteira, em uma foto que trazia a legenda: “Sou submissa na cama porque durante o dia sou eu que mando na sala de aula”.


O Conselho de Professores da Nova Zelândia retirou sua credencial ao determinar que sua conduta foi inadequada para uma professora e pôs em risco a reputação da entidade, à qual “pertencem muitas mulheres”.

“Consideramos que vincular essa atividade à nossa profissão é algo de mau gosto”, afirmou a associação.


Rachel se defendeu alegando que quando aceitou ser fotografada para a Penthouse já tinha deixado seu emprego como professora em uma escola de Auckland e havia decidido seguir a carreira de putinha modelo.

“Naquele momento eu não estava exercendo a profissão e, além disso, a revista pode ser comprada legalmente em qualquer banca da Nova Zelândia. Mesmo se eu estivesse dando aula, vocês não teriam o direito de impor suas opiniões morais vitorianas sobre minha vida sexual fora da sala de aula”, afirmou.


A professora culpou a Penthouse por dar destaque ao seu emprego anterior, e disse que não teve nenhum controle sobre o conteúdo das legendas das fotos.

“Não sou a editora da revista”, declarou Rachel, que por enquanto continuará trabalhando como putinha modelo e apelará da decisão do Conselho para o caso de um dia querer voltar a lecionar.

A professorinha é peituda.

quarta-feira, 7 de março de 2012

O Mongo e o Executivo


Por Stella Maris

Se você é daqueles que sonha em ser um alto executivo, mas ainda ocupa o cargo de baixo rola-bosta, não esmoreça!

Esqueça Roberto Shinyashique, ponha pra correr Layr Ribeiro, dê um safanão no primeiro Augusto Cury que vier com conversa mole.

Esconjure de uma só vez qualquer Gustavo Cerbasi, Bernardinho, Vendedor Pit-Bull ou Família Schürmann que tentem lhe vender estratégias pré-moldadas para a sua, convenhamos, merda de vida.

Se é para auto-ajudar-se, então auto-ajude-se com gente grande, com os verdadeiros manda-chuvas, os maiores tycoons de todos os tempos.

Aqui vai nosso top-five (catado na Amazon.com!) a respeito:


5º - “If Aristotle Ran General Motors”

O velho filósofo cheio de idéias que ensinou Alexandre, o Grande a deitar na relva helênica tinha tudo para deixar Jack Welch e outros maiorais de Detroit no chinelo em qualquer brainstorm sobre Ética, Metafísica, reenginering, outsorcing e troca de óleo. Principalmente se a discussão fosse em Grego clássico. Pena que, por uma sutil contingência do destino, Ari tenha morrido dois mil anos antes da GM precisar de sua consultoria. Do mesmo autor de "If Harry Potter Ran General Electric"! (US$ 11.20)


4º - “Elizabeth I, CEO – Strategic Lessons in Leadership from the Woman Who Built an Empire”

Mocréias do mundo, unite! Sob este lema, a Rainha Virgem, na falta do que fazer (sem TV e sem querer, digamos, abrir seu capital) deu aquele empurrãozinho para a Inglaterra tornar-se um dos impérios mais vastos, bem-vestidos, snobs e escrotos que já existiram. Aprenda seus segredinhos, mas não saia por aí com cintos de castidade e roupas bufantes... (US$ 12.00)


3º - “Moses: CEO”

Este guia é um verdadeiro maná na chupeta. Além de garoto de recados do implacável Jeová (Deus, em sua fase Bad Boy), Moisés foi o maior rogador de pragas que o mundo já conheceu. Um talento que você precisa dominar se quiser passar a perna, de forma sagrada, no seu faraó ou capitão do mato. Apesar de péssimo guia de viagens (levou mais de 40 anos para ir do Egito à Terra Prometida, que é logo ao lado), o imortal autor do Pentateuco tem o mapa da mina para você chegar à sua Palestina particular. (US$ 14.00)


2º - “The Leaderships Secrets of Attila, the Hun”

Olha o flagelo dos deuses de Wall Street aí, gente! Atarracado, cabeçudo, analfabeto de treze gerações, porcalhão convicto, mas com uma cimitarra deesse tamanho. Podia ser um brasileiro qualquer, mas assim era o invocado Átila, um especialista avant la lettre em aquisições imobiliárias agressivas e lei de falências (onde botava os pés, nada mais dava certo). Entre para o clube dos bárbaros com MBA e detone a "face humana do capitalismo" e outras frescuras. (US$ 10.46)


1º - "Make It So: Leadership Lessons from Star Trek the Next Generation”

A série podia ser uma merda do tamanho da galáxia de Andrômeda, mas aquele lugarzinho onde “nenhum homem jamais esteve” guarda segredos que podem fazer sua carreira deslanchar de vez, nem que seja rumo ao primeiro buraco-negro da esquina. (US$ 16.10 - Grátis um par de orelhas do Sr. Spock)

O Saite da Semana


Nossa primeiríssima indicação de oásis digital para o errante navegante não poderia ser mais engajada. Pouco importa que a página esteja em Russo – você mal vai reparar nesse detalhe. O recado das irrequietas ativistas ucranianas do Grupo FEMEN é universal: peitar “tudo isso que está aí.” A começar pelos tribufus que infestam a cena política mundial. Para maiores detalhes, vá direto ao jornal das molecas.

Ouro de Moscou


Se você é dos nossos (e não um fãzoca do Julian Assange ou do Sean Penn), o portal do FEMEN é um verdadeiro Catecismo, com o melhor “portfólio” da militância política atual. Um sopro bem dado de esperança num mundo assombrado por Merkels & Kirchners. E a prova de que quando um Putin da vida tenta mexer na Perestroika alheia, Mama Rússia não foge à luta.

Choque de Realpolitik


O Candiru, sempre fiel ao seu DNA, apoia em profundidade a causa das ucranianas (qualquer causa) e torce para que o FEMEN aporte logo por aqui e se torne o maior partido do Ocidente. Estamos de braços e redes abertas para montar um diretório regional. Seja qual for o motivo para protestarem por aqui, O Candiru está dentro. E conclamamos todas as inconformadas do pedaço: “Dispam essa camisa!”