KADHAFI,
Muammar Al (1942- ) – Desde 1970 que é o
primeiro-ministro (um dos muitos eufemismos para ditador: na América
do Sul, Brasil inclusive, prefere-se a forma “presidente”) da
Líbia, país quente e chato que se tornou mais quente e chato depois
que ele tomou o poder. É isso mesmo: Kadhafi deu o golpe no rei
Idris I. Creio que se eu tivesse dado o azar de nascer na Líbia
também daria um pé na bunda do primeiro rei que folgasse comigo.
Kadhafí
conseguiu fazer coisas positivas: expulsou as bases britânicas e
americanas do país e expropriou os bens dos italianos e judeus.
Além
disso, em 1973, nacionalizou todas as companhias estrangeiras que
exploravam petróleo.
De
boca defende a OLP, mas quando chega a hora de provar alguma coisa
manda um telegrama para Yasser Arafat aconselhando-o a se matar antes
de entregar-se às tropas do sionista Sharon.
Arafat
preferiu não se suicidar, mas também não arrepiou e até
conquistou uma vitória política para a sua organização.
Internacionalmente
tenta divulgar a língua árabe e financia garotos e garotas que
ficam enchendo o meu, o seu, o nosso, o vosso saco nas principais
ruas das principais cidades da Europa pedindo dinheiro para a casa de
Kadhafi.
São
the children of the universe. Quando você pede a eles para
irem chupar uma meia Lobo ou entrarem para o PC eles tentam imitar
Deus entediado diante dos teus olhos mortais.
Kadhafi
propôs a união islâmica a Sadat, mas ele foi mandado para junto de
Maomé antes de poder dar uma resposta ao ex-coronel líbio.
Cerca
de dois anos atrás passou a figurar alto na cotação política
internacional graças à mancada de Reagan (o canastrão do
Apocalipse), que bombardeou a Líbia e quase começou a festa
nuclear.
Figura
no meu ABC porque a letra K é muito pobre e porque, além de proibir
o fumo e o álcool em seu país, dizem que entuba. Eu não digo nada.
Há quem diga que ele entuba, ou seja, toca tuba. Entenderam?
Entenderam? Compreenderam? Perceberam, seus chinchorros cloráticos?
Eu não tenho nada com isso. Parece que por lá tocar tuba não é
pecado.
KAMA-SUTRA
– Vatsyayana (Vatsy para os íntimos) Mallanaga era um jovem poeta
rico e talentoso que morria de tédio. Seus amigos – playboys
como ele – viviam se queixando: “Já experimentamos todas as
posições em matéria de sexo. Ninguém aguenta mais esse mesmo
rame-rame”. Vatsy foi pesquisar o que havia sobre o assunto na
literatura sânscrita e por volta do ano 100 d.C. começou a escrever
o Kama-sutra (Versos de Kama, o Deus do Amor).
O manual, que
trata, além de sexo, principalmente do comportamento que se espera
das castas superiores, foi sendo aperfeiçoado durante uns
quatrocentos anos.
Apesar
do seu caráter erótico, faz parte da literatura religiosa da Índia,
o que se deve à importância dada pelos hindus à perpetuidade da
família.
O
Kama-sutra é como o Finnegans Wake, de Joyce, e O
Coração, do A.C. Magalhães. O primeiro todo mundo fala dele,
mas ninguém leu; o segundo, dizem que existe, mas ainda não deu
nenhuma prova.
Eu,
porém, posso dizer que o Kama é chato, pois li a tradução
do Richard Burton.
É
composto de onze capítulos que tratam das sessenta e quatro artes
que o homem sofisticado deve conhecer e dos sessenta e quatro
talentos da voluptuosidade; os princípios que devem ser observados
para uma vida em sociedade; as uniões permitidas e as proibidas; os
deveres conjugais do rei, do homem, da mulher, prendas domésticas,
etc.
Dá
dicas de tudo: desde como fazer um papagaio subir a como fazer um pau
falar ou vice-versa, que já não lembro.
Vatsy
informa no capítulo referente às posições sexuais, que é muito
excitante lamber a axila da mulher enquanto se faz cócegas na planta
dos pés dela com o dedão do nosso pé direito.
No
capítulo referente ao que é e não é bom-tom, ele pisa na bola:
“Embora as mulheres de Abhirra gostem de chupar pau e as mulheres
de Benara apreciem um coito anal, essas gratificações são
consideradas inferiores e não devem ser praticadas”.
O
Kama não é contra bater na mulher desde que a violência da
paixão não cause nem morte nem ferimentos graves.
Quanto
aos afrodisíacos, há mais de duzentas receitas.
Eu,
porém, hesitaria antes de acreditar que qualquer mulher se manterá
fiel a mim para sempre se eu passar merda de burro com pó de
noz-moscada nos pentelhos dela. Quem é que vai querer comer alguém
todo sujo de cocô?
Finalmente
o livro aconselha as mulheres-pomba a casar com os
homens-lebre, as mulheres-mula a casar com os
homens-búfalo e as mulheres-elefante a casar com os
homens-cavalo.
É
isso mesmo que vocês estão pensando: o homem-cavalo, ao ejacular,
poderia explodir a mulher-pomba. Já o homem-lebre se perderia dentro
da xota da mulher-elefante.
Vatsy
informa ainda aos seus leitores que não é aconselhável trepar com
leprosas.
KEELER,
Christine (1942- ) – Boa pacas! Michê de 100 libras...
no princípio da carreira. Chegou a balançar o ministério britânico
por volta de 1963. Aos dezesseis anos, acometida de uma terrível
vontade de dar (coceira também conhecida como tesão galopante),
deixou a província e se mandou para Londres, onde, entre uma escada
e outra, tirava a roupa numa boate. Neste inferninho, cujo nome a
História não registra e não interessa mesmo, ela foi introduzida
ao Dr. Stephen Ward. Na mesma noite ele se introduziu nela.
Acontece
que o bom doutor ganhava uma grana extra como proxeneta e
imediatamente passou a introduzir Christine aos industriais,
políticos, aristocratas and other rascalls. Gente, enfim, que
tivesse dinheiro para introduzir o aquilo no naquilo da moça.
Eu
não sei se é a grana que atrai as mulheres peladas ou se são as
mulheres peladas que atraem a grana. A verdade é que o Ward e a
Cristininha estavam as the devil likes.
Ele
dava festinhas em seu apê incrementadíssimo e convidava os javalis
do society. A Christine convidava suas amiguinhas. A sacanagem
corria solta com sexo grupal, flagelação, uma sodomiazinha de
sobremesa e tudo aquilo que a nossa vã filosofia não alcança,
como, por exemplo, o garçom da suruba.
Diz
Christine: “Ele era uma figura conhecidíssima da sociedade e as
únicas peças que vestia eram uma rosa no rabo e um laçarote no
piu-piu. Era ele que servia pó, erva e pico pros convidados numa
bandeja. Usava uma máscara, evidentemente, para não ser
identificado”.
Enquanto
isso, na neve, do lado de fora da janela, o proletariado inglês sifu
do modo pouco original que os pobres têm de sifuder.
Foi
numa dessas festinhas, enquanto Christine molhava o monte de vênus
e, de consequência, o resto do corpo nu, na piscina, que lorde John
Profumo, então o ministro da Guerra de Sua Majestade Elisabeth II,
fez a sua entrada.
Botou
os olhos no popô da Keeler, então com vinte e um anos, e chamou o
Stephen Ward para um canto: “Também vou querer”.
Acertaram
o preço e o lorde Profumo passou a molhar o fumo nos orifícios
cristinais.
Acontece
que outro sujeito já estava molhando o seu esturjão por ali sem que
o ministro da Guerra soubesse: nada menos que Eugene Ivanov, adido
naval e espião da embaixada russa.
Como
os mais perspicazes já devem ter percebido, os ingredientes para a
monumental cagada estavam todos à mão. Faltava apenas misturá-los.
Informado
a tempo, o lorde retirou o fumo.
Alguns
meses depois, porém, um sujeito chamado Edgecombe, que Christine
havia chutado depois de ter dado umas voltinhas, alui o apartamento
de Ward numa tentativa de vê-la. (Eu sempre disse: os Edgecombes são
muito fominhas.)
A
polícia foi chamada e durante o julgamento do invasor de domicílio,
ela informou: “Ora, que bobagem, até mesmo o ministro da Guerra é
habituée da minha cama”.
Mas
Christine era uma putinha e Profumo era troço pacas.
De
modo que algumas semanas depois ela fugiu pra Espanha, provavelmente
a mando dele, que no dia 22 de março de 1963 fez o seu célebre
discurso perante os membros da Câmara dos Comuns.
Se
resumia numa frase: “Senhores, juro por minha honra que nunca
molhei o brioche naquela chávena”.
O
pessoal não acreditou e acreditou menos ainda quando um jornal de
Londres publicou uma carta dirigida a Christine (o babaca escrevia,
gente!) dizendo como gostara de fazer o que fizera com ela. Acabou
confessando e resignando do cargo. Nem sei se está vivo.
Vendo
que o rio não estava para piranhas, Christine mandou Ward passear e
se mandou com um crioulo jamaicano que não se chamava Profumo, mas
era pró-fumo, tremendo puxador.
Ward
foi preso por conduta imoral e se suicidou antes do julgamento.
Christine
vendeu suas memórias por 50 mil dólares para o jornal News of
the World, que aumentou consideravelmente a tiragem, pois não há
nada que o povão goste mais do que sacanagem.
Há
alguns anos vi um filme muito ruim sobre a vida da moça num cinema
em Copenhague.
Hoje
(1988) com quarenta e seis anos, deve ter baixado a tabela.
O
Evaristo Paraná diz que a comeu na Alemanha, mas o Paraná é o cara
mais mentiroso que eu conheço.
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