NERO
(37-68) – Bicha louca. Mas
louca de dar nó em pingo d'água. Além disso, foi também imperador
romano, aliás, o quinto da linha júlio-claudiana. Era filho de
Agripina e de Domício, que comia a própria irmã, hábito, aliás,
que embora condenado oficialmente, era o trivial simples da
aristocracia romana. Quando Domício morreu, Agripina casou-se com o
velho Cláudio (ver verbete de Messalina), que havia mandado matar
sua mulher, Messalina.
Para
que seu filho pudesse assumir o império aos dezessete anos, Agripina
envenenou o marido.
Em
público o jovem imperador até que se comportou direitinho durante
uns cinco anos, embora na cama fizesse com a mamãe algo mais que o
papai-mamãe. Algo como o mamãe-filhinho.
Foi
quando conheceu Pompéia que, segundo Tácito, tinha todas as
qualidades, menos uma: a virtude. Se a mãe iniciou-o no deboche,
dando-lhe a instrução primária, Pompéia, que era alguns anos mais
velha que ele deu-lhe a instrução superior.
Em
matéria de sexo não houve sacanagem que os dois não bolassem e não
botassem em prática.
No
Circus Maximus, Nero passou a dar orgias públicas todas as
noites.
Mandou
construir bordéis às margens do Tevere, tendo damas da sociedade
como prostitutas, hábito que, aliás, vocês devem estar lembrados,
herdou de Messalina, oficializando o que todo mundo já sabia, ou
seja, que as damas da sociedade eram umas boas putas.
Para
mudar de tédio, saía à noite com seus assessores de porra nenhuma,
dando surras em quem encontrasse pelas ruas.
Foi
nesta época que passou a se interessar também por homens e começou
comendo o rabo do seu irmão Britânico, a quem envenenou
posteriormente.
Fez
uma paródia das lutas entre gladiadores e animais selvagens. Se
vestia com a pele de um leão e investia contra os países baixos de
homens e mulheres amarrados a postes de madeira.
Aos
vinte e cinco anos resolveu abrir o jogo e se tornou mulher de um
degenerado chamado Pitágoras, cujos números eram bem diversos dos
usados pelo matemático grego apaixonado por hipotenusas e catetos.
Depois
da paródia pública de cerimônia nupcial, Nero (ou melhor, a esta
altura Nera) foi comida pelo noivo diante do povão que se esbaldou
pacas... por dentro, pois quem risse, se escandalizasse ou fizesse
algum comentário considerado deselegante sobre o homem mais poderoso
do mundo estar levando um salamão no brioco, era imediatamente
condenado à morte, troço muito chato.
Apesar
de dar mais do que chuchu na serra, Nero continuou enfatuado por
Pompéia. O problema é que ele ja era casado com Otávia, a quem
odiava, e ela também tinha marido. Além de tudo, Agripina era
contra.
O
que foi que ele fez? Mandou esfaquear a mãe-amante e depois foi
olhar as vísceras dela para ver de onde havia saído. Daí a origem
da palavra que dá nome à operação cesariana. E dizer que, por
muito menos, Édipo arrancou os olhos e foi passear no deserto.
Para
se livrar de Otávia, Nero inventou que ela o corneava e se divorciou
dela. Em seguinda a baniu da cidade e, secretamente, deu ordens para
que a matassem. As ordens foram cumpridas.
Mãe
assassinada, esposa assassinada, só faltava assassinar o marido de
Pompéia para poder se casar com ela. Foi o que ele fez realmente,
sem pestanejar com as longas pestanas.
Depois
do incêndio de Roma, que parece não ter sido ele quem ateou, pois
estava fora da cidade, a bicha enloqueceu completamente.
Primeiro
botou a culpa do fogo nos cristãos e passou a usá-los como tochas
humanas para iluminar seus banquetes.
Depois
teve um ataque de histeria delirante e matou Pompéia –
que estava grávida – a pontapés.
Passou
os últimos três anos de sua vida entregando o imperial anel, em
particular e em público, no varejo e no atacado.
Quando
não estava sentado num objeto pontiagudo de carne, estava
participando de torneios poéticos que vencia sistematicamente, pois
juiz nenhum era o suficientemente maluco para dizer que o viado não
entendia xongas de poesia.
A
esta altura não havia uma só alma no mundo antigo que não quisesse
ver os seus culhões pregados nm muro.
Finalmente,
ao saber que a sua guarda pretoriana queria lhe enfiar no rabo outras
espadas que não as de carne, se suicidou jogando-se contra um objeto
perfurocortante de metal.
Bicha
louquíssima era a gorda Nera!
Só
não teve nenhum amante pianista como conhecido ex-ministro e senador
brasileiro porque ainda demorariam quase 1.800 anos para inventar o
instrumento.
Mas
tocadores de harpa, passou todos na cara.
NIEMEYER,
Oscar (1907- ) – Arquiteto
carioca, trabalhou com Lúcio Costa até 1936 no projeto para o
Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, considerado a primeira
obra-prima da arquitetura moderna no Brasil. O projeto de Pampulha
foi o primeiro solo de Niemeyer, em 1941, encomendado por Juscelino
Kubitschek.
Em
1956, JK pediu a Oscar que desenhasse Brasília, a nova capital. Hoje
Brasília, apesar dos políticos que insistem em poluíla, é
patrimônio universal tombado pela Unesco.
O
fato de que, fatalmente, o sonho de Niemeyer será devorado pelas
miseráveis favelas que o circundam, não impede dele ser um dos
quatro ou cinco gênios que este país já produziu desde que os
portugueses apareceram aqui em 1500 para condenar os índios à
morte.
Em
1964, quando a ditadura militar deu o golpe com o apoio do
Departamento de Estado americano, gorilas de farda questionaram
Niemeyer sobre as razões do porquê preferira determinado material
em detrimento de outro mais barato.
Cansado
de responder a tantas besteiras, quando um general lhe perguntou por
que havia mandado construir tais colunas em tais lugares, o sogro do
meu amigo e dentista Walter Atademo não titubeou:
–
Só de sacanagem!
E
foi andando, andando e andando.
Sua
personalidade era (e é) tão forte que, embora jamais tenha negado
sua filiação ao Partido Comunista Brasileiro, nunca mais ninguém
ousou se meter no seu caminho.
NIN,
Anaïs (1903-1977) – Escritora
americana nascida em Paris, embora fosse amiga íntima de cobras como
Lawrence Durrell, Henry Miller (que merecia um verbete, por ser um
dos cinco melhores escritores deste século, mas fica para uma
próxima edição), Edmund Wilson e James Agee, a verdade é que ela
só foi reconhecida mundialmente quando começou a publicar os seus
diários em 1966. Foda, não é mesmo?
Aliás,
fuder era um troço que esta bela escritora (bela em forma e
conteúdo) gostava de fazer com qualquer coisa que se movesse e
tivesse estilo.
Em
seu livro, O Triângulo Delta, relata algumas das suas lutas
aranhais. Eis um trecho que traduzi para vocês:
“As
três se sentaram no sofá cheio de almofadas. Leila meteu a mão
cheia de anéis por baixo da saia de Bijou e se espantou com o
contato da sua mão contra as coxas macias, pois esperava encontrar
uma combinação de seda. Bijou se deitou de costas e puxou a boca de
Elena contra o seus lábios. Leila ficou com ciúme. Cada carícia
que fazia em Bijou esta transmitia a Elena. Quando a mão de Leila
foi até o fundo por baixo do vestido de Bijou, esta enfiou a mão
debaixo do vestido de Elena. Leila ficou de joelhos e levantou o
vestido de Bijou, que jogou o corpo para trás. Elena perdeu a
timidez e começou a acariciar o corpo de Bijou. Ao passar a mão
pelos bicos dos seios dela, notou que os seus também estavam duros.
Ao acariciar as nádegas de Bijou, Elena encontrou a mão de Leila.
As três tiraram a roupa e uma vez nuas jogaram-se sobre o grande
tapete branco. Passaram a ser um só corpo, composto apenas por boca,
dedos, línguas e sentidos. Cada boca estava sempre procurando uma
outra boca, o bico de um seio, um clitóris. Beijaram-se até que os
beijos se tornaram uma tortura que seus corpos não podiam mais
suportar. Cada mão encontrava sempre um orifício ansioso por ser
penetrado”. Henry Miller diria : “It was a
time when the smell of cunt was in the air”. Mas vocês
querem mais Anaïs, não é mesmo? Então aí vai:
“
(…) Leila caiu ao lado de Elena e ofereceu a sua buceta para a
outra chupar. Quando Elena aproximou a boca, Leila afastou-se:
–
Pede, implora, diz o que você quer!
E
Elena:
–
Deixa eu chupar a tua buceta. Faça qualquer coisa comigo, mas deixa
eu enfiar a língua nesta buceta. Eu quero gozar com você sentada na
minha cara.”
Acabo
de ter uma ereção.
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