MENOPAUSA
– Minha cara leitora, você entrou na
menopausa quando começou a menstruar com menos frequência, passou a
encher mais o seu marido, filhos, a gritar e chorar sem motivo
aparente. Ficou mais chata, não é mesmo? Mas isso vai passar logo
que o fluxo menstrual parar totalmente.
Pense
nos aspectos positivos: seu apetite sexual não diminuiu por causa da
menopausa e nem suas habilidades atléticas na cama foram
prejudicadas, certo?
Não
tem mais que se preocupar em ficar toda manchada de sangue, de
repente, dentro de um ônibus e, finalmente, pode jogar no lixo as
pílulas anticoncepcionais.
O
quê? Você, cara leitora, só tem dezesseis anos?
Então,
desculpe, e volte quando estiver entre os quarenta e cinco e
cinquenta.
MENSTRUAÇÃO
– Bonnie é uma garotinha de quatorze
anos que tem um cachorro chamado Trots com quem ela bate grandes
papos filosóficos quando não tem ninguém por perto. Papos
inteligentes e simples, nada parecido com os dos neoiluministas
brasileiros, que escondem sua ignorância atrás de vocábulos cujos
significados eles mesmos desconhecem.
Bonnie
e Trots são personagens de histórias em quadrinhos que aparecem no
National Lampoon. A criadora deles é a talentosa Shary
Flenniken, que, em se gozando, goza o mundo.
Bonnie
está no sofá da sala da sua casa trocando figurinhas com o Trots
quando chega a sua mãe e vai falando:
–
Oh, Bonnie, já que você não está fazendo nada, tem uma coisa que
eu queria te contar... e ...não vai ser agradável nem para mim nem
pra você... Um você vai descobrir... humm... humm... um pouco de
sangue... hum... humm... entre as suas pernas. Eu quero que você
saiba que isto acontece com todas as meninas quando elas têm treze
anos mais ou menos. É, provavelmente, a coisa pior que pode
acontecer com uma mulher até o dia em que ela se casa. De qualquer
modo... é o fim da infância e o começo de trinta ou quarenta anos
de preocupações, de constante medo de ficar grávida. Vem do teu
útero... fluido e matéria inútil. Isso tudo vai sair de você por
uma semana ou um pouco menos para aparecer de novo no próximo mês e
no próximo e no próximo, praticamente pelo resto da sua vida... até
você se acostumar. Então um dia pára. Neste dia você estará
velha. Toma este livro aqui. Se chama Tornar-se Adulta e Gostar.
Ah, eu ia esquecendo: a menstruação pode doer. Obrigada, mamãe.
–
Obrigada, mamãe.
Em
seguida, Bonnie vira-se para Trots e pergunta:
–
Você quer ler esse troço?
–
Acho que vou esperar pelo filme, respondeu o cachorro.
Ah,
não gostaram da historinha, né? Querem verbete careta, chato como
menstruação, né? Então aí vai.
Perda
periódica de sangue e secreções do útero de mulheres que não
estão grávidas desde os doze-treze anos, até os quarenta e
cinco-cinquenta.
O
tempo entre o princípio de uma menstruação até o dia anterior ao
princípio da próxima chama-se ciclo menstrual. Muda de mulher para
mulher, mas em média dura uns vinte e oito dias.
Algumas
mulheres sofrem contrações dolorosas, ganham peso, devido à
retenção de água, e aumentam a sensibilidade dos seios durante o
período.
Finalmente,
graças aos estudos feitos por Jean Jacques Bouchard no século XVII,
sabe-se, com absoluta certeza, que o sangue menstrual não destrói a
grama, não embaça espelhos, não seca sementes de videira, não
dissolve o asfalto não produz manchas indeléveis de ferrugem nas
facas, como se acreditava até então. Fim da aula.
MESSALINA
(22 d.C-44) – É preciso
evitar a inveja dos deuses para driblar maus destinos. Cláudio, o
imperador de Roma que sucedeu à histérica bichinha chamada
Calígula, foi o melhor de todos os césares: tinha um senso
apuradíssimo de justiça, foi um dos maiores intelectuais do seu
tempo e, durante o período em que governou, Roma prosperou como
nunca.
Em compensação, os deuses fizeram com que nascesse manco,
gago, feio e tímido, o que não seria nada, não fosse eles também
terem lhe dado como esposa aquela que até hoje foi considerada a
maior puta da humanidade: Messalina.
Viveu
pouco mas fudeu muitíssimo. Poderiam ter dado Messalina para
qualquer dos quinze imperadores que antecederam Cláudio, pois,
segundo Gibbon (The History of the Decline and Fall of the Roman
Empire), o menos tarado só entubava uma brachola vez por outra.
Mas
dar-lhe uma mulher decente que o amasse e respeitasse faria com que
se aproximasse muito dos deuses. Além de tudo, Cláudio se dava ao
luxo de ser ateu secretamente. Mas falemos da jovem putaça.
Começou
dando para todos os servidores do palácio real. Embora fosse uma
lourinha muito jeitosa, peitos pequenos mas durinhos, os caras, em
princípio, recusavam, pois temiam a reação do marido.
Messalina,
porém, informava: “Se você não me comer, vou dizer ao imperador
que você quis me comer aí em vez de fuderes a imperatriz,
serás fudido”.
Cansada
dos servidores, passou se interessar pela classe teatral que, já há
2 mil anos atrás, não era conhecida exatamente pelo número de
heterossexuais que conglomerava.
Depois
de muita pesquisa, entretanto, ela achou o ator Mnester, que
aparentemente não era chegado a um arranho.
Era
um cara sério que admirava o imperador e se recusava chamar
Messalina para as chinchas. Ela então se queixou a Cláudio:
–
Meu bem, imagina que um reles atorzinho de merda se recusa a atender
um pedido da imperatriz.
Cláudio,
um sujeito distraído mas que tinha uma das vocações cornais mais
extraordinárias da história do nosso pequeno mundo, chamou Mnester
à sua presença e advertiu:
–
Sugiro que obedeças a todas as ordens da imperatriz.
Mnester
não teve outra saída senão obedecer o imperador, tarefa a que se
dedicou con gusto. Tanto gusto que, ao fim de três
anos, Messalina mandou exigir uma estátua em sua homenagem.
Roma
inteira sabia que ele comia a imperatriz por ordem do próprio
imperador. Só quem não sabia era o imperador.
Ela,
porém, tinha mais apetite que qualquer puta desta minha modesta
enciclopédia. Além de Mnester, trazia homens aos lotes para a sua
cama. Quanto mais, melhor.
Quando
Cláudio, em 43 d.C. viajou para a Britânia à frente de suas
tropas, Messalina realizou uma proeza que ainda não foi igualada:
transformou Roma num imenso bordel, do qual era a puta principal.
De
cara, dançou pelada no fórum. Em seguida redecorou a sua câmara
nupcial, fazendo com que se parecesse com um puteiro. Do lado de fora
do quarto, colocou uma tabuleta com o nome da mais célebre
prostituta da cidade e, seios de fora, ficou parada na porta
convidando quem passasse para comê-la. Cobrava apenas o preço de
uma meretriz comum.
Durante
semanas só não a comeu quem não quis.
Segundo
Plínio e Juvenal, ela desafiou a mais famosa meretriz do império
para ver quem conseguia fazer gozar o maior número de homens em
vinte e quatro horas. Messalina ganhou: passou na cara vinte e cinco
homens em menos de vinte e quatro horas.
Todos
achavam que o seu furor uterino se acalmaria com a volta de Cláudio,
“mas qual o que, aumentou o seu fuder!”
Passou
a dar festas nas quais obrigava as damas da corte a se prostituírem
na frente dos maridos que, ou por cagaço de perderem suas fortunas
ou por cagaço de perderem suas cabeças, se limitavam a sorrir
amarelo e comentar: – Esta Messalina tem
cada uma! — enquanto suas mulheres tinham todos seus orifícios
preenchidos.
A
imperatriz gostava de paus . Enfiava na bunda, na buceta, na boca,
debaixo dos braços, entre os seios, etc. Apenas eventualmente,
quando não havia nem ao menos um corcundinha à mão, chupava uma
buceta.
Houve
um dia, porém, em que exagerou. Engraçou-se com um cara chamado
Gaius Silius.
Obrigou-o
a se divorciar da mulher e se casou com ele enquanto Cláudio tomava
banhos de água mineral em Óstia.
Convites
foram enviados para todo o society da época e depois do casamento o
fudeu à vista dos convidados numa cama enorme.
Aparentemente
isto foi demais para alguém que informou Cláudio.
De
Óstia mesmo ele mandou por mensageiro uma ordem à Messalina:
–
Quando eu voltar para Roma, não quero te ver viva.
Ela
sentiu que ele falava sério e se suicidou com o último amante.
Dizem
que Claudio, ao retornar, perguntou a um dos escravos que lhe serviam
o jantar:
–
A imperatriz, onde está?
Informado, teria resmungado:
–
É verdade, eu tinha esquecido!
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