ABDUL,
Aziz Ibn-Saud (1880-1953) – No mínimo bizarro este rei.
Durante o século XIX as famílias Saud e Rashid lutaram pelo poder
do que vem a ser hoje a Arábia Saudita.
Logo após o
nascimento de Abdul, os Rashids deram um pé na bunda da família
dele e ele foi curtir as areias escaldantes do anonimato no Kuwait.
Aos vinte anos,
magrão, com 1,93m de altura, armou um exército e retomou o país
que, modestamente, batizou de Arábia Saudita, ou seja, a arábia dos
Sauds.
Em seguida
descobriu que o petróleo era bom, mas que explorá-lo podia
atrapalhar o esporte que ele, realmente, gostava de praticar: fuder
com “u” mesmo, revisor!
Por isso em 1933
ele abriu as portas para os investidores ocidentais na base de 50%.
Como não era
comunista (“esses sacanas gostam de dormir com as próprias mães,
irmãs e filhas”), preferiu acreditar que o petróleo sob as areias
do seu país era seu.
Agindo de
consequência, não construiu escolas (“tudo que o povo precisa
aprender está no Corão”) e nem hospitais (“para que, se não
temos médicos?”), mas, em compensação, comprou quinhentos
automóveis de luxo, entre eles um Rolls-Royce que havia pertencido a
Winston Churchill que, segundo Roger Vadim, um dia tentou comer sua
então mulher Brigitte Bardot.
Abdul era
extremamente religioso, não bebia e não fumava.
Ver televisão,
então, nem pensar!
Também não
tinha tempo para esse passatempo para empregadas domésticas e
madames brasileiras.
Fiel aos
ensinamentos de Maomé, nunca teve mais que quatro esposas ao mesmo
tempo.
As trocava,
entretanto, com muita frequência: bastava que ele gritasse três
vezes “divorcio-me de vós” para abrir uma vaga no seu harém.
Às vezes não
gostava das mulheres escolhidas por seus olheiros mulherais e se
divorciava delas depois de ver seus rostos.
Teve 200 esposas,
44 filhos legítimos e mais de 65 filhas.
Como a lei
islâmica não deixa as mulheres totalmente na pior – elas devem
participar eventualmente da glória de serem mulheres do monarca –,
Abdul praticamente não tinha tempo para outra coisa além de fazer a
ronda das alcovas.
Nunca precisou se
preocupar com grana.
Ao morrer, aos
setenta e três anos, pouco depois de descobrir que havia ficado
estéril, sua renda mensal era de 10 milhões de dólares.
Seus súditos,
porém, ganhavam pouco mais que três salários mínimos brasileiros
por mês, uma miséria!
ABELARD,
Pierre (1079-1142) – Unia o (para ele) útil ao
agradável e (para os demais marmanjos) o inútil ao desagradável:
além de ser um cara bonito, era extremamente inteligente.
Ora, num mundo
dominado pelos homens ricos, essas qualidades se chocam.
Ou bem o sujeito
é bonito e burro ou feio e inteligente.
Abelard deu o
azar de ser bonito e inteligente. Se deu mal.
Francês,
filósofo e teólogo, comia suas mulherinhas na maior moita quando
aos trinta e sete anos se apaixonou por uma aluna chamada Heloísa,
dona de um par de coxas e de uma bunda dessas que provam
definitivamente o bom gosto de Deus, se é que ele existe.
Chato é que a
jovem Heloísa tinha um tio que era uma fera que não estava
interessado em ver sua sobrinha ser conhecida biblicamente em vez de
conhecer a bíblia, como estava nos seus planos ao matriculá-la na
escola-catedral de Notre Dame.
O tio, um tal de
Canon Fulbert, deu mil palas ao Abelard pra que largasse a gata.
Em vez disso ele
fugiu com ela pra Inglaterra e aproveitou para fazer um filho nela.
Enquanto os dois
estavam fuque- fuque-fuque na loura Albion, o vilão Fulbert
punha sua cabeça a funcionar a serviço do mal.
E quando o poder
econômico está a fim de te enrabar, meu irmão, te prepara porque
cedo ou tarde a marmota aparece.
No caso presente,
o tio Fulbert, que devia se amarrar na sobrinha, mandou cortar o
piu-piu do Abelard que se retirou para um monastério e acabou sendo
excomungado por suas teorias heréticas.
Também, pudera!
Terminou seus
dias tentando ser eremita, troço difícil, pois vivia cercado de
discípulos-tietes que queriam saber sobre Paracelso e outros menos
votados.
Heloísa morreu
num convento e foi enterrada ao lado do marido uma vez que o tio
Fulbert já havia ido para o inferno e Abelard, além de não ter
mais pau, estava morto.
Quem tiver
oportunidade procure ler a correspondência de Abelard e Heloísa que
serviu de base para uma peça de teatro que Flávio Rangel dirigiu há
quase vinte anos.
Em algumas
cartas, Abelard deixa bem claro que coitoanalava Heloísa.
Popó dos mais
perigosos da Idade Média, podeis crer.
ADÃO
E EVA – Dupla complicada e difícil de acreditar. De
acordo com a bíblia dos judeus e, posteriormente, dos cristãos,
trata-se do casal original, pais de nós todos.
Só que Adão
(Adham) é apenas uma das inúmeras palavras usadas para
designar homem, geralmente, no coletivo, ou seja, espécie humana.
Já Eva (Hawma)
está associada à palavra hebraica hayyim, que quer dizer
vida.
Vai ver nem Adão
se chamava Adão e nem Eva se chamava Eva.
No primeiro
capítulo do Gênesis, não há nada que sugira a criação de um
casal.
Só no capítulo
III é que se relata a criação de um homem, feito do barro da
terra.
Em seguida são
criados os animais, que recebem, cada um, um nome dado pelo homem.
Só depois de
todos os animais receberem nomes é que Deus teria criado a mulher.
De todo o Gênesis
esta ordem me parece a única coisa lógica.
Já imaginaram se
Eva tivesse sido criada antes dos animais? Como o Adão poderia
batizar os bichos em paz?
Entre as coisas
que me intrigam na História da Criação está a do batismo do
chato, aquele bichinho que vive entre os pentelhos.
Adão terá dado
o nome a ele antes ou depois de transar com Eva?
Outro troço: em
nenhum lugar do Gênesis se fala em maçã.
Se fala em fruta
proibida, que poderia ter sido uma maçã, sim, mas poderia também
ter sido uma jaca, uma pitanga ou uma melancia.
Depois de serem
tentados pela serpente e comerem do fruto proibido, Adão e Eva
teriam sido expulsos do Paraíso.
Mais dúvidas
cruéis:
1) “Meu Deus,
respeito o senhor, mas não a sua obra. Que paraíso
é este que tem cobra?” (Millôr
Fernandes);
2) Se era para
Adão não
transar com Eva, por que o Criador botou um pau nele e uma buceta
nela?
Ainda segundo o
Gênesis e John Steinbeck, os dois foram para o leste do Éden, onde
tiveram uma pá de filhos, entre eles, Abel, Caim e Seth.
Caim se sabe que
matou Abel e depois constituiu família.
De Seth não se
sabe nada e dos demais irmãos muito menos.
Aparentemente, o
incesto não era pecado naquela época.
Pelo menos Deus
não o havia proibido, o que nos leva a crer que Caim comeu a mãe ou
uma eventual irmã.
Se Édipo, em vez
de acreditar em Zeus, acreditasse em Deus, talvez não tivesse
arrancado os olhos depois de comer Jocasta.
Mas isto é outra
história.
Não se sabe se
Adão e Eva eram brancos, pretos, amarelos ou mulatos-sararás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário