Publicado pela
L&PM Editores, em 1988, este livro do saudoso Fausto Wolff é
quase um fetiche para os inúmeros fãs do escritor.
Por algum motivo
obscuro jamais explicitado, o livro nunca mais foi reeditado e os
poucos exemplares oferecidos nos sebos custam os olhos da cara.
Entre outras
bossas, cada letra dos verbetes era ilustrada por um de nossos gênios
do cartum.
Logo na página
de rosto, o velho lobo faz um agradecimento especial:
“A fim de não
ficar no fogo sozinho e ter companhia no banco dos réus quero
agradecer a colaboração de meus amigos Agner, Borjalo, Chico
Caruso, Duayer, Edgar Vasques, Ferdy Carneiro, Guidacci, Hubert,
Ique, Jaguar, Lan, Millôr Fernandes, Nássara, Otelo Caçador, Paulo
Caruso, Reinaldo Batista Figueiredo, Jorge de Salles, Uberti,
Verissimo, Ziraldo e Robert P. Gwin, chairman do Board of Directors
da Encyclopaedia Britannica Inc., que colaboraram para a amblyopia
deste volume. Um agradecimento especial, um copo d’água e uma rosa
a Marcia Braga, a única mulher do bando, que encarregou-se das
letras W, X e Y e que, certamente, nunca mais será a mesma.”
Simão Pessoa, Fausto Wolff e Mário Adolfo, na casa do radialista Joaquim Marinho, em 1996
Nas duas orelhas
do livro, algumas opiniões abalizadas sobre o trabalho do escritor:
“Culturalmente,
Fausto Wolff é um homem de uma extraordinária base de leitura. O
mais importante, porém, a partir deste instrumento indispensável, é
sua profunda e sincera indignação social – aquela que não tem
nada a ver com posições ou ideologias ocasionais – e sua
capacidade de trabalho, clareza de visão e, qualidade nunca
desprezível em qualquer luta, coragem.” (Millôr Fernandes)
“Fausto Wolff é
um bicho em extinção na nossa espécie. Ele junta a ousadia de
furar o sistema de segurança de um Arafat para conseguir uma
entrevista com a sensibilidade dos bons repórteres na hora de
escrevê-la. A isto soma-se outra virtude rara: o fato de ter
sobrevivido este tempo todo sem ser um jornalista de aluguel.”
(Fernando Moraes)
“Além da
contundência, uma grande compaixão. A marca do verdadeiro
escritor.” (Rubem Fonseca)
“Fausto Wolff é
um desses magníficos marginais e outsiders criados pela
intolerância dos vários poderes que mandam no país.” (Alberto
Dias)
“Eu considero a
prosa de Fausto Wolff a de maior elasticidade de todo o jornalismo do
Brasil. Ele tem uma virtude incomum – sabe dizer o que quer dizer.”
(Joel Silveira)
“Um dos
profissionais mais competentes deste país, Fausto Wolff é autor de
frases tão lapidares que deveria usar cinzel e martelo.” (Jaguar,
na revista Status)
“Fausto Wolff é
o nosso lobo da estepe. No jornalismo e na literatura. Lobo bom (às
vezes), lobo maus (muitas vezes) e, principalmente, um teimoso lobo
solitário, cujos uivos questionam permanentemente o nosso desânimo
e a nossa deserção.” (Jorge Leão Teixeira, na revista Visão)
“Tem louco que
pensa que é Deus. Fausto Wolff é um louco que pensa que é o melhor
jornalista do Brasil. Tem uma coisa: estou cansado de ver o Fausto
fazer milagres. E agora?” (Ziraldo, no jornal O Pasquim)
“Fausto Wolff é
aquele que mata a cobra e mostra o pau para que ninguém alegue
ignorância. E, por mais que doa, exibe a ferida, tira as vendas e as
mordaças de tantos quantos queiram ignorar a falência desta zorra
toda como está e como anda.” (Ary Pararraios, no jornal Correio
Brasiliense)
“A eterna
postura marginal e maldita não exclui o jornalista informado e
atento, disposto o tempo todo a apontar e analisar a política e os
demais costumes pelo filtro de uma inteligência aguda e
irreverente.” (Beth Brait, no jornal O Estado de São Paulo)
“Fausto Wolff é
um dos jornalistas mais importantes do seu tempo, e de sua geração
nem se fala. Um dos poucos que sabe que o único meio de aprender a
usar a liberdade é possui-la.” (Hélio Fernandes, no jornal
Tribuna da Imprensa)
Pelas próximas
semanas, estaremos publicando aqui, na íntegra, todos os verbetes do
“ABC do Fausto Wolff”. Curtam.
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