quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

ABC do Fausto Wolff (Parte 19)


ELIZABETH I (1533-1603)Última rainha da dinastia Tudor, filha de Henrique VIII e de Ana Bolena, dirigiu com hábil autoridade os destinos da Inglaterra durante quarenta e quatro anos. Seu recorde só foi batido pela rainha Vitória. Ou tinha o hímen tão fundo que nenhum pau chegava lá ou morreu virgem mesmo. Sacanagem!
Ao contrário do que Hollywood quis fazer crer há alguns anos num filme com Betty Davies e Richard Todd no papel de Walter Raleigh, ela não era feia. Melhor dito: não era de se jogar fora.
Embora não fosse lésbica, não casou porque não quis, pois príncipes de toda a Europa viviam enchendo o seu saco (digo, os seus ovários) para dividirem a cama com ela.

ÉON, Chevalier Charles Geneviève de (1728-1820) – Figurinha muito estranha esta. Menos de 1,60m de altura, imberbe e redondinho nos lugares certos. Dizem que foi exatamente por causa dessas características femininas todas que o rei Luiz XV, da França, fez dele, que era um oficial do exército e um diplomata, um de seus melhores espiões.
E foi vestido de mulher que ele foi mandado em missão à Rússia e, em seguida, à Inglaterra. Ele ou ela fez furor (já houve época em que as pessoas faziam furor, meus caros alunos de jornalismo) em Londres.
Homem ou mulher? Nem o sexo de Mohamed Ali foi tão discutido.
Apesar dos gestos e de voz feminina, d’Éon (o certo é com apóstrofo mesmo; eu é que não quis deixar o apóstrofo sozinho ali em cima e colei-lhe a letra “e”) jamais levou homem algum para a cama. Não, também não foi levado para a cama por homem algum. Por outro lado, também não se sabe de nenhuma mulher que ele tenha cantado.
Em pouco tempo, Londres inteira (os que tinham grana para essa bobagem, é claro!) estava apostando os tubos!
Em 1774 as apostas nos bookmakers superavam a nada modesta cifra de 120 mil libras. As apostas eram de que d’Éon era mesmo uma mulher.
Os mais apressadinhos perguntarão: “E ninguém tinha peito para pegar o homenzinho na marra e verificar os documentos ou a falta deles?”
Eu respondo: é que d’Éon, embora vestido de mulher e com a carinha de uma Brigite Bardot pré-napoleônica, era macho pacas. Nego que tentasse apatolar não vivia pra contar se havia apatolado alguma coisa. Ele era considerado o melhor esgrimista, não só da França, como da Inglaterra.
As notícias da popularidade do misto de Roberta Close e Madame Satã chegaram até a corte francesa e o rei, temendo que ele entregasse (além de otras cositas...) segredos de Estado, acabou chamando-o de volta e ordenou que usasse trajes femininos até a sua morte.
Enquanto isso, na Inglaterra, o caso chegou aos tribunais. Um sujeito chamado Jacques, que havia apostado uma fortuna no clitóris e não no pênis de d’Éon, queria receber o seu dinheiro e foi ao tribunal acompanhado de um médico, Dr. Louis de Goux, que informou sob juramento: “Vi os seios de d’Éon e tive prova manual que ela é do sexo feminino”. O juiz declarou d’Éon mulher oficialmente, mas ainda assim ele se negou a ser examinado. E quem é que tinha coragem de chegar perto?
Quando, finalmente, morreu em 1810, já velhinho, o que tinha de nego curioso não está no Punch (popular gibi inglês, ainda hoje). Eis o que disse o cirurgião que examinou o corpo: “Nádegas singularmente redondas (imaginem, logo as nádegas, que são sempre plurais e jamais quadradas ou retangulares), seios grandes, braços, pernas e dedos de mulher, mas com uma pemba de 15 centímetros em posição de descanso”. Pemba esta que o cavalheiro se usou, durante a sua longa vida de travesti, o fez mui discretamente.

EQUUS EROTICUS – Para os semi-alfas, informo: quer dizer cavalo erótico em latim. Eu já ouvira falar desses cavalos, mas nunca vira um até os meus vinte e poucos anos de idade. Nesta época eu costumava visitar a cama de uma atriz que morava na Rua Rainha Elizabeth, no Rio de Janeiro.
O apartamento era pequeno e sobre o armário eu vi uma cela com arreios completos e mais chicotes. Perguntei se ela montava e onde. Explicou-me que a cela era presente de um banqueiro e industrial que, aliás, morreu há pouco tempo. Costumava roubar dos pobres para distribuir o produto do roubo em caviar e champanhe para os ricos. Além disso, gostava de balançar nos galhos das mais diversas colunas sociais.
Ela recebeu e pergunto: “Pra que o presente, meu bem, se eu nem tenho cavalo?”
E o grã-fino, hoje defuntão: “Tem sim, eu”. E começou a relinchar. Só parou quando ela montou nele nua em pelo e deu umas voltas pelo apartamento de sala e quarto.
Explico: ela estava nua em pelo; ele estava ensilhado.
Uma noite, no antigo Sacha’s, este cara sentou-se na minha mesa e encheu tanto o saco de todo mundo que quando o garçom pintou eu pedi: “Um uísque pra mim e um pouco de capim aqui pro doutor”.
Vocês sabem que até hoje não sei se a atriz era freio ou bridão?!
O cavalo erótico, como os mais crescidinhos já devem ter percebido, é o nome de um jogo sadomasoquista no qual um parceiro monta o outro. Existem tanto mulheres-éguas como homens-cavalo. Dizem, mas não provam, que existem homens-éguas e mulheres-cavalos também.
Já foram tentadas inúmeras explicações psicológicas para o fenômeno, mas o mais provável é que a submissão semi-animal agrada tanto ao cavaleiro como à montaria, e o ato de cavalgar dá ao cavaleiro uma excitante fricção na região genital.
Geralmente, cavalo e cavaleiro limitam-se a montar um no outro. Há, porém, masoquistas mais sofisticados que exigem a humilhação máxima: querem ser selados e montados por alguém que use botas, espora e chicote.
É quando o equus eroticus se transforma num coquetel de sadomasoquismo, fetichismo e bestialismo.
Eu perguntei para a atriz por que o banqueiro gostava de ser montado. E ela: “Este cara é tão ladrão – e sabe que é ladrão! – que eu acho que se trata de uma forma que ele encontrou para pagar os pecados dele”.
É isto aí, leitorinha: quando for a uma festa de grã-finos, leve alguns cubinhos de açúcar e ofereça aos cavalheiros. Aquele que aceitar e começar a tremer os lábios, pode ter certeza: é cavalo!

EREÇÃO – Falar sobre pau é um troço muito chato, mole ou duro. De modo que vou rápido com isto: na adolescência e juventude – segundo Kinsey –, é possível manter o pau duro por horas, desde que devidamente estimulado.
Dos setenta anos em diante o máximo que alguém consegue mantê-lo meia-bomba é sete, oito, no máximo dez minutos.
Olhe pra baixo: se ele estiver duro você teve uma ereção. Se estiver mole é capaz de nunca mais levantar. Esses troços acontecem!

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