ELIZABETH
I (1533-1603) –
Última rainha da dinastia Tudor, filha de Henrique VIII e de
Ana Bolena, dirigiu com hábil autoridade os destinos da Inglaterra
durante quarenta e quatro anos. Seu recorde só foi batido pela
rainha Vitória. Ou tinha o hímen tão fundo que nenhum pau chegava
lá ou morreu virgem mesmo. Sacanagem!
Ao
contrário do que Hollywood quis fazer crer há alguns anos num filme
com Betty Davies e Richard Todd no papel de Walter Raleigh, ela não
era feia. Melhor dito: não era de se jogar fora.
Embora
não fosse lésbica, não casou porque não quis, pois príncipes de
toda a Europa viviam enchendo o seu saco (digo, os seus ovários)
para dividirem a cama com ela.
ÉON, Chevalier Charles
Geneviève de (1728-1820) – Figurinha muito estranha
esta. Menos de 1,60m de altura, imberbe e redondinho nos lugares
certos. Dizem que foi exatamente por causa dessas características
femininas todas que o rei Luiz XV, da França, fez dele, que era um
oficial do exército e um diplomata, um de seus melhores espiões.
E
foi vestido de mulher que ele foi mandado em missão à Rússia e, em
seguida, à Inglaterra. Ele ou ela fez furor (já houve época em que
as pessoas faziam furor, meus caros alunos de jornalismo) em Londres.
Homem
ou mulher? Nem o sexo de Mohamed Ali foi tão discutido.
Apesar
dos gestos e de voz feminina, d’Éon (o certo é com apóstrofo
mesmo; eu é que não quis deixar o apóstrofo sozinho ali em cima e
colei-lhe a letra “e”) jamais levou homem algum para a cama. Não,
também não foi levado para a cama por homem algum. Por outro lado,
também não se sabe de nenhuma mulher que ele tenha cantado.
Em
pouco tempo, Londres inteira (os que tinham grana para essa bobagem,
é claro!) estava apostando os tubos!
Em
1774 as apostas nos bookmakers superavam a nada modesta cifra de 120
mil libras. As apostas eram de que d’Éon era mesmo uma mulher.
Os
mais apressadinhos perguntarão: “E ninguém tinha peito para pegar
o homenzinho na marra e verificar os documentos ou a falta deles?”
Eu
respondo: é que d’Éon, embora vestido de mulher e com a carinha
de uma Brigite Bardot pré-napoleônica, era macho pacas. Nego que
tentasse apatolar não vivia pra contar se havia apatolado alguma
coisa. Ele era considerado o melhor esgrimista, não só da França,
como da Inglaterra.
As
notícias da popularidade do misto de Roberta Close e Madame Satã
chegaram até a corte francesa e o rei, temendo que ele entregasse
(além de otras cositas...) segredos de Estado, acabou
chamando-o de volta e ordenou que usasse trajes femininos até a sua
morte.
Enquanto
isso, na Inglaterra, o caso chegou aos tribunais. Um sujeito chamado
Jacques, que havia apostado uma fortuna no clitóris e não no pênis
de d’Éon, queria receber o seu dinheiro e foi ao tribunal
acompanhado de um médico, Dr. Louis de Goux, que informou sob
juramento: “Vi os seios de d’Éon e tive prova manual que ela é
do sexo feminino”. O juiz declarou d’Éon mulher oficialmente,
mas ainda assim ele se negou a ser examinado. E quem é que tinha
coragem de chegar perto?
Quando,
finalmente, morreu em 1810, já velhinho, o que tinha de nego curioso
não está no Punch (popular gibi inglês, ainda hoje). Eis o
que disse o cirurgião que examinou o corpo: “Nádegas
singularmente redondas (imaginem, logo as nádegas, que são sempre
plurais e jamais quadradas ou retangulares), seios grandes, braços,
pernas e dedos de mulher, mas com uma pemba de 15 centímetros em
posição de descanso”. Pemba esta que o cavalheiro se usou,
durante a sua longa vida de travesti, o fez mui discretamente.
EQUUS
EROTICUS – Para os semi-alfas, informo: quer dizer
cavalo erótico em latim. Eu já ouvira falar desses cavalos, mas
nunca vira um até os meus vinte e poucos anos de idade. Nesta época
eu costumava visitar a cama de uma atriz que morava na Rua Rainha
Elizabeth, no Rio de Janeiro.
O
apartamento era pequeno e sobre o armário eu vi uma cela com arreios
completos e mais chicotes. Perguntei se ela montava e onde.
Explicou-me que a cela era presente de um banqueiro e industrial que,
aliás, morreu há pouco tempo. Costumava roubar dos pobres para
distribuir o produto do roubo em caviar e champanhe para os ricos.
Além disso, gostava de balançar nos galhos das mais diversas
colunas sociais.
Ela
recebeu e pergunto: “Pra que o presente, meu bem, se eu nem tenho
cavalo?”
E
o grã-fino, hoje defuntão: “Tem sim, eu”. E começou a
relinchar. Só parou quando ela montou nele nua em pelo e deu umas
voltas pelo apartamento de sala e quarto.
Explico:
ela estava nua em pelo; ele estava ensilhado.
Uma
noite, no antigo Sacha’s, este cara sentou-se na minha mesa e
encheu tanto o saco de todo mundo que quando o garçom pintou eu
pedi: “Um uísque pra mim e um pouco de capim aqui pro doutor”.
Vocês
sabem que até hoje não sei se a atriz era freio ou bridão?!
O
cavalo erótico, como os mais crescidinhos já devem ter
percebido, é o nome de um jogo sadomasoquista no qual um parceiro
monta o outro. Existem tanto mulheres-éguas como homens-cavalo.
Dizem, mas não provam, que existem homens-éguas e mulheres-cavalos
também.
Já
foram tentadas inúmeras explicações psicológicas para o fenômeno,
mas o mais provável é que a submissão semi-animal agrada tanto ao
cavaleiro como à montaria, e o ato de cavalgar dá ao cavaleiro uma
excitante fricção na região genital.
Geralmente,
cavalo e cavaleiro limitam-se a montar um no outro. Há, porém,
masoquistas mais sofisticados que exigem a humilhação máxima:
querem ser selados e montados por alguém que use botas, espora e
chicote.
É
quando o equus eroticus se transforma num coquetel de
sadomasoquismo, fetichismo e bestialismo.
Eu
perguntei para a atriz por que o banqueiro gostava de ser montado. E
ela: “Este cara é tão ladrão – e sabe que é ladrão! – que
eu acho que se trata de uma forma que ele encontrou para pagar os
pecados dele”.
É
isto aí, leitorinha: quando for a uma festa de grã-finos, leve
alguns cubinhos de açúcar e ofereça aos cavalheiros. Aquele que
aceitar e começar a tremer os lábios, pode ter certeza: é cavalo!
EREÇÃO
– Falar sobre pau é um troço muito chato, mole ou duro. De modo
que vou rápido com isto: na adolescência e juventude – segundo
Kinsey –, é possível manter o pau duro por horas, desde que
devidamente estimulado.
Dos
setenta anos em diante o máximo que alguém consegue mantê-lo
meia-bomba é sete, oito, no máximo dez minutos.
Olhe
pra baixo: se ele estiver duro você teve uma ereção. Se estiver
mole é capaz de nunca mais levantar. Esses troços acontecem!
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