COPROLAGNIA
– Coisa de porcalhão ou porcalhona. Tara de gente de que se excita
com sujeira, feridas abertas, tumores e um bom furúnculo de
sobremesa. Às vezes eu me pergunto se esses puritanos babacas, que
vêem uma mulher nua e dizem que é coisa suja, não são, em
verdade, coprolagnistas, todos eles.
Desde
que o mundo é mundo que existem neguinhos com a cuquinha torta que
gostam de brincar com merda, mijo, vômito, etc.
E
já houve época em que esses tarados e taradas eram considerados
pessoas extremamente piedosas que se comoviam ao ver a miséria, a
dor, o sofrimento.
Algumas
chegaram a ser santificadas, como Santa Margarida Maria Alacoque, uma
freira do século XVII, cuja especialidade era limpar o vômito dos
doentes... com a língua.
Inocentemente
ela escreveu em seu diário, depois de usar a língua como trapo de
chão: “Senti um prazer tão indescritível, que desejei fazer a
mesma coisa todos os dias”.
Os
leprosos – dizem as boas línguas – chegavam a correr quando viam
São João da Cruz se aproximar: “Lá vem aquele maluco pedir para
lamber as chagas da gente!”
CORTESÃ
– Amante de alta classe ou prostituta de luxo, geralmente associada
com a corte ou, pelo menos, com os javalis da alta sociedade. Na
Grécia antiga, as cortesãs eram festejadas como estrelas de cinema
hoje em dia e muitas estátuas foram erguidas em homenagem a elas
que, afinal, eram experts em erguer outros troços.
Havia
mesmo quem publicasse – na Pérsia, na Síria, no Egito, na Grécia,
na antiga Roma – cartilhas ensinando o beabá da arte alpina para
moças que quisessem fazer carreira horizontal. (Falar em carreira,
lembrei de cocaína e lembrei que não incluí o pó na letra “c”.
Dá para escrever um livro. Talvez a inclua na letra “p”, se
estiver com saco.)
No
manual elas podiam ler instruções como esta: “Mantenha o ciúme
dele aceso permanentemente” ou “Deixe-o ver as marcas e chupões
nos seios e no pescoço, nem que você mesma tenha que mostrá-los”.
Frinéia,
a mais famosa das cortesãs gregas, possuía um corpo tão monumental
que uma vez, durante um caso na corte que ia indo muito mal para ela,
seu advogado apelou para o sensacionalismo: puxou a túnica que a
cobria e revelou seu corpaço aos juízes. A moça (não tão moça,
naturalmente) foi absolvida na hora.
Ganatéia,
de Atenas, era conhecida por suas tiradas brilhantes. Um dia, ao
ganhar de presente uma garrafa de vinho de dezesseis anos, exclamou:
“Bem pequeno para a idade que tem”.
A
vovó Mae West, ex-cortesã de Hollywood, que já foi boa pacas, deu
uma dessas uma vez num baile durante os roaring twenties.
Estava
dançando agarradinha com um cara, quando de repente perguntou pra
ele: “Você está com um revólver no bolso ou devo considerar isso
uma declaração de amor?”
Pois
é, depois, nos anos 60, inventaram essa dança idiota na qual a
mulher fica rebolando sozinha enquanto que o “galã” faz as
evoluções lá dele para os garçons, provavelmente.
Mas
deixem eu voltar às cortesãs: Carlos II da Inglaterra tinha duas
cortesãs como amantes: a duquesa de Porthsmout, que era católica
(nunca vi ninguém mais religioso que puta), e uma tal de Neil
Gwynne, que começou como vendedora de laranjas em Drury Lane, chegou
a atuar como atriz e teve vários protetores até que trocou os
lençóis de lorde Donset pelos do rei.
Quando
uma multidão anticatólica confundiu-a com a outra amante do rei,
ela berrou antes que a linchassem: “Calma, pessoal, que eu sou a
puta protestante!”
E
no Brasil? Bem, no Brasil há as massagistas facilmente encontráveis
nos anúncios classificados de jornais conservadores como O Globo,
Jornal do Brasil e Estado de São Paulo.
As
cortesãs, porém, vocês encontrarão lendo a crônica social.
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