BYRON,
lorde George (1788-1824) – Este nasceu manco, filho de
uma mãe chatíssima e de um pai bêbado e pobre. Teria tudo para ser
um desses “deixa que eu chuto” perseguidos por latidos de
crianças e pedras de cachorros efedepês, não fora ter recebido –
graças à morte providencial de um tio – o título de lorde e mais
algumas propriedades.
Com
soldi e nobiltá o capengar do bicho passou a ter seu
charme e ele mesmo passou a ser considerado um homem bonito graças
aos seus poemas românticos, realmente esplêndidos.
O
mulherio não deixava o Byron em paz.
Para
vocês terem uma ideia, a mulher do primeiro-ministro, lorde
Melbourne – o nome dela era lady Caroline Lamb –, escreveu em seu
diário: “Esse tal de lorde Byron é louco, ruim e perigoso”.
Vocês
acham que depois de chegar a esta conclusão ela se afastou do
poetinha? Que nada!
Deu
uma punhalada no próprio peito quando viu ele arrastando as asas
para outra mulher num baile para aristocracia, cornificação e
orquestra.
Eu,
pessoalmente, acho que há mais justiça e harmonia quando os poetas
comem as mulheres dos políticos que o contrário.
Ponto
para Byron, portanto!
A
esta altura, porém, Byron já estava literalmente em outra, ou seja,
já estava comendo a sua meia-irmã (só por parte de mãe) Augusta
Leigh.
Ela
era Leigh porque era casada com um tal de Leigh que não se
incomodava que o cunhado executasse a sua mulher de vez em quando,
entre um e outro poema de amor.
Afinal,
o cara era lorde!
Mas
a sociedade (que, quando não tem nada mais nada sério para fazer,
faz dessas cagadas), exigiu a reparação quando Byron publicou The
Bryde of Abydos, um conto onde exalta o amor incestuoso.
A
sociedade exigia que Byron se casasse e ele se casou com uma cri-cri
chamada Annabella Milbanke que, embora rabelha, tinha muita grana.
Mesmo
assim Byron continuou visitando esporadicamente a cama da irmã e
acabou tendo uma filha – Medora – com ela.
Foi
quando a Annabella resolveu tirar o seu time de campo e deixar Byron
numa ilha rodeada por um mar revolto feito de escândalos, porres e
credores.
O
mancão boa pinta, porém, não se emendou.
Encheu
muito a moringa companhia de Shelley na Itália, para onde fugiu, e
teve uma pá de amantes e pelo menos um filho bastardo.
De
saco cheio com tanto sucesso (seus livros de poemas eram
vendidíssimos), lutou ao lado dos gregos contra os turcos e morreu
de febre, porra, aos trinta e seis anos de idade!
Viveu
pouco, mas incomodou pra cacete!
Leiam
Byron, que vocês vão gostar.
Pelo
menos Hugo, Musset, Heine, Pushkin, Lermantov e, mais recentemente,
Ray Bradbury, gostaram.
Depois
saiam mancando por aí numa boa.
CANIBALISMO
– O ato de comer carne humana ainda é muito comum entre
algumas tribos da África e outras perdidas nos confins da floresta
amazônica que nós civilizados ainda não conseguimos exterminar.
No
que diz respeito aos negros e aos índios, comer carne humana tinha
(tem?) um sentido não só prático, pois matava a fome, mas também
religioso, místico: quem comia o coração de um guerreiro corajoso
e forte, presumia-se, recebia dele essas virtudes.
Já
no caso do homem branco que gosta de comer carne humana, o negócio é
mais sério.
Agora
tem um troço: se me vendassem os olhos e me dessem pra provar um
bife de carne de carneiro e um bife de bunda mole humana bem
temperados, eu acho que não notaria a diferença.
Mas
eu queria dizer que o homem branco quando come carne de gente
geralmente o faz associado à atividade sexual.
O
conhecido maníaco sexual Kraft-Ebbing registra, em sua Psychopatia
Sexuallis, o caso de um operário cuja tara era comer um pedaço
de carne branquinha, de mulher.
Andava
pelos parques londrinos atrás de uma vítima da qual cortaria um
pedaço de carne para depois comer em casa sossegado, numa boa.
Mas
cadê coragem?
O
nosso operário, enquanto esperava por ela – a coragem –, cortava
pedacinhos dos seus próprios braços e pernas.
Mastigava
a sua carninha, fechava os olhos e imaginava que se tratava da carne
de uma bela mulher.
Acabava
gozando.
Malucão,
sofria demais enquanto se cortava, mas o prazer era maior que a dor.
Quando
finalmente foi preso num parque, seu corpo apresentava mais de
cinquenta cicatrizes.
E,
agora, muita atenção, mamães e papais: amores consentidos levam ao
canibalismo metafórico, mas amores contrariados podem levar à
antropofagia pra valer.
O
caso que passo a relatar teve lugar na Escócia, um século antes de
Shakespeare escrever o seu Macbeth (teria Macbeth comido
Duncan depois de matá-lo?).
O
papel de Romeu foi desempenhado por um camponês chamado Sawney Beane
e o de Julieta pela jovem filha de um senhor feudal.
Os
pais da moça não faziam gosto do casamento dos dois e eles fugiram
e se refugiaram numa caverna na costa de Galloway.
Não
teriam sobrevivido, caso o moço não tivesse lido a ideia de
assaltar os viajantes que passavam pela estrada, quase sempre
deserta.
Os
corpos das vítimas eram arrastados até a caverna onde, depois de
assa dos, eram devidamente devorados.
Esta
dieta manteve o casal em excelentes condições físicas.
Tão
excelentes, aliás, que tiveram oito filhos, que herdaram dos pais o
gosto pela carne humana.
Os
filhos tiveram filhos e durante gerações a família canibal viveu
muito feliz até o dia em que todos foram capturados e seus corpos,
os das criancinhas inclusive, rasgados na praça central de
Edimburgo.
Um
detalhe interessante: na caverna, além de centenas de esqueletos,
foram encontrados dinheiro e jóias dos viajantes.
Coisas
que, logicamente, não tinham a menor utilidade para o clã, pois que
a carne de sua preferência eles não podiam comprar.
Como
vocês vêem, o dinheiro não compra tudo.
O
homem moderno – tirante os taradões – não pratica a
antropofagia ou canibalismo por vários motivos religiosos, éticos,
legais, etc. E, principalmente, porque o produto enlatado ainda não
é encontrável nos supermercados.
Paro
por aqui, pois não me aguento mais de fome!
CASTIDADE,
Cinto de – Aparentemente inventado por um corno cansado
de ser como. Consiste de um cinto (com uma fechadura) ao qual são
coligadas placas de metal que tapam a vagina e o ânus da usuária.
Essas placas têm buracos suficientemente largos para sair o pipi e,
eventualmente, o cocô, mas não suficientemente largos para a
entrada de um pênis.
Sempre
achei esta história de cintos de castidade meio mal contada.
Ora,
desde os antigos egípcios que o cobre, pelo menos, já era
conhecidíssimo e com ele se poderiam fazer excelentes cintos de
castidade.
Porque,
então, o gadget só foi aparecer lá pelo fim do século XVI?
Será
que antes disso o mulherio não ornamentava a testa dos maridos?
Prefiro
acreditar que os maridos simplesmente estavam se lixando, pois o
moralismo só se tornou violento mesmo na Inglaterra do século XIX.
Observei,
entretanto, que o cinto de castidade fez sua entrada triunfal na
mesma época das grandes navegações, época também em que a
gonorréia e a sífilis matavam mais gente que o AIDS hoje em dia.
Vai
daí que o bravo guerreiro botava o cinto na mulher e ia para suas
batalhas certo de que nenhum cara passaria gonorréia nela. Isto
penso eu.
A
literatura erótica, entretanto, insiste que os cintos de castidade
não tinham como propósito salvar a piroca do marido, mas a sua
testa.
A
piada mais antiga a este respeito é a de um cavaleiro que vai para a
guerra e deixa a chave do cinto de castidade da sua mulher com seu
melhor amigo.
Mal
cavalga alguns quilômetros quando foi alcançado pelo “amigo”:
“Rapaz, me deste a chave errada!”
A
história verdadeira mais engraçada sobre o assunto aconteceu na
França em 1934.
Henri
Littière era um padeiro casado com uma bela mulher que tinha defeito
de ter fogo no rabo.
Ele
vivia de olho na galinha, mas ainda assim ela deu um jeito de
corneá-lo quatro vezes em menos de oito meses.
Por
mais que Henri lhe aplicasse uns justos corretivos, ela não se
emendava.
Um
dia, passeando pelo Museu Cluny, em Paris, o padeiro viu o cinto de
castidade que Henrique IV da França havia mandado fazer para a sua
amante, a marquesa Catherine Henriette de Balzac D’Entragues
(1579-1633).
Com
ajuda de um ortopedista, de um ferreiro e de um chaveiro, Henri
acabou dando de presente o cinto para a mulher.
Chaveou
o cadeado direitinho e foi para a padaria.
Algumas
horas depois um velho amante de mme. Littière aparece na casa para
dar uma bimbada.
Tira
a roupa da fogueteira e descobre o cinto.
Sai
de lá direto para a polícia, onde denuncia o padeiro, acusando-o de
maus-tratos para com a mulher.
Intimado,
Henri comparece diante do juiz que já está pronto para condenado
por crueldade quando mme. Litièrre confessa: “Não adianta, seu
juiz, sem cinto de castidade eu dou mesmo!”
A
História não registra nenhum caso de mordaça de castidade, mas
informa que, como hoje, o coito oral era muito difundido no século
XVI e subsequentes.
Quem
quiser encomendar um cinto, escreva para David Renwick, Sheffield,
Inglaterra.
Verdadeiras
obras de arte em ferro batido, feitas à mão.
Três
anos atrás custavam 80 dólares a unidade.
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